Por Marcus Linhares* – Não é novidade que a pandemia acelerou a transformação digital em todos os setores e no agronegócio não foi diferente. A adesão e implementação de novas tecnologias no campo foi avassaladora e trouxe inúmeros benefícios em toda a cadeia, desde produtores, empresas de insumos, indústrias, multicultura, irrigação, entre outros.
Diferentemente dos outros segmentos, o agro teve uma particularidade no ápice da pandemia. Ele foi o único que não parou, portanto precisou inovar seus processos e assim cresceu consideravelmente, e o motivo foi um só – produção e distribuição de alimentos. De acordo com dados do Ministério da Agricultura, as receitas provenientes do campo deverão somar mais de R$1 trilhão este ano, cerca de 10% a mais do que em 2020. É a primeira vez que o faturamento da agropecuária atinge esse patamar, que quase triplicou em duas décadas.
Esses números reforçam o potencial desse mercado e o fortalecimento das agtechs durante esse período foi inevitável. Mas agora que estamos retomando nossa rotina, quais serão as tendências para 2022 e para o pós-pandemia? Segundo estudos da Distrito, plataforma de inovação aberta, as três principais tendências para o próximo ano serão: Pecuária High Tech, Blockchain e a Automação das fazendas.
Como grande parte da economia brasileira gira em torno desse setor, as tecnologias têm um papel de protagonismo por proporcionar inúmeras facilidades e ganhos de eficiência operacional. Além das áreas citadas acima, reforço que as ferramentas que atuam com Redução de Custos, Aumento de produtividade, IoT, Biotecnologia, ERPs de Gestão, Rastreabilidade, Componentes químicos e fármacos, automação, genética, saúde animal e culturas orgânicas, também terão evidência para o próximo ano por impactar positivamente toda a cadeia.
E não para por aí, as agrofintechs têm se fortalecido cada vez mais por oferecer facilidades aos produtores rurais. Sem intermédio de terceiros, com taxas mais reduzidas que os bancos tradicionais, esses profissionais conseguem abrir uma conta digital e realizar diversas transações, sem burocracia. Além disso, muitas startups desse ramo disponibilizam um dashboard com todas as atividades no campo, tudo na palma da sua mão – é ou não é uma verdade evolução?
Por fim, a conclusão principal de toda essa análise é que quanto mais apostarmos em inovação, mas o setor irá se desenvolver e proporcionar novas oportunidades de negócios. Vale a pena ficar de olho na evolução do agro e no impacto que essas tecnologias vão trazer para o mercado.
(*) Marcus Linhares é professor do IFPI, Mestre, Doutor e Pós Doutor em Empreendedorismo e Inovação, e responsável pelo NAVE – Núcleo Avançado de Educação Empreendedora (NAVE Lab – IFPI). É fundador e CEO da Bipp, agrofintech que facilita as negociações e integra transações de compra e venda entre produtores, fornecedores e agroindústrias
Foto: Divulgação NAVE / PiaR Comunicação