O mercado de vinho branco passa a contar com uma nova cultivar de uva branca híbrida para produção da bebida. O Instituto Agronômico (IAC) lançou a IAC Ribas, caracterizada por cachos com boa conformação e de tamanho médio, bagas redondas, além de sabor neutro bom e coloração levemente âmbar. A estrutura e as características químicas da IAC Ribas a tornam indicada para a elaboração de vinhos tranquilos e espumantes.
O IAC lançou também o Boletim Técnico IAC Ribas – Cultivar de Uva para Vinhos Brancos, que traz recomendações de manejo para seu cultivo, dentre outras informações. Os lançamentos ocorreram durante o 4º Encontro Enoconexão, com a participação do IAC também na coordenação do evento.
A IAC Ribas tem também alto teor de sólidos solúveis, ótima fertilidade de gema e facilidade de manejo de cachos. Produtores de Jundiaí, Jarinu, Bragança Paulista e Indaiatuba já estão comercializando vinhos produzidos com essa cultivar. “Essa cultivar de uvas finas foi desenvolvida para as condições de produção do estado de São Paulo”, diz Mara Fernandes Moura, pesquisadora do IAC. A IAC Ribas é fruto do cruzamento entre as cultivares Syrah e Seibel. Os experimentos foram realizados nos municípios de Jundiaí e Votuporanga.
Segundo Mara, a IAC Ribas é medianamente tolerante ao míldio, ao oídio e à podridão dos cachos, que são algumas das principais doenças que atingem a cultura da videira em praticamente todas as regiões produtoras nacionais. Porém, é recomendado tratamento preventivo.
No ciclo normal de produção, os pesquisadores do IAC recomendam atenção ao início do ciclo, nos meses de setembro e outubro, que ainda apresentam baixas temperaturas noturnas que, se associadas às chuvas constantes, podem estimular o aparecimento de antracnose. No ciclo com safra de inverno, a orientação é fazer a prevenção ao míldio, no início do ciclo de janeiro a março, e ter atenção com o oídio, depois que as chuvas diminuem e as temperaturas diurnas continuam elevadas. “A atenção nessa fase deve ser redobrada quando se tratar de cultivo protegido com cobertura plástica impermeável, pois a condição favorece o aparecimento de oídio e ácaros”, diz a pesquisadora do IAC, da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA).
Foto: Divulgação / APTA