Por Vitor Marcassa Godoy* – O Brasil é um dos mais importantes produtores de carne bovina no mundo, resultado de décadas de investimentos em tecnologia que elevou não só a produtividade, como também a qualidade do produto brasileiro, fazendo com que ele se tornasse competitivo e chegasse ao mercado em mais de 150 países.
Juntamente com essa crescente, a exigência por um produto de qualidade e segurança se faz cada vez mais presente. O consumidor baseia sua compra de carne bovina em diversos atributos, sendo os mais importantes a aparência do produto na gôndola e sua coloração ser adequada, ser saudável, nutritiva e saborosa e ser fresca.
Dessa forma, trago uma pergunta: você já se perguntou como a cadeia vem se preparado para entregar um produto que cumpra todos os requisitos estabelecidos pelo consumidor final? Claro que existem diversos fatores que influenciam o resultado final de uma carne bovina, como: sexo do animal, raça e idade; porém, o bem-estar também tem grande participação na qualidade da carne, e a conscientização dos produtores quanto à essa questão vem se tornando cada vez mais importante para garantir um produto de qualidade.
Quando pensamos em bem-estar animal estamos falando de algo simples, em que um animal é submetido a condições favoráveis que respeitem sua saúde física e mental. Esse animal irá produzir carne e leite de melhor qualidade e em maior quantidade. Isso acontece porque as alterações causadoras de medo e estresse – assim como as doenças- geram consequências fisiológicas no organismo dos animais, afetando diretamente a qualidade de leite e carne.
Usaremos o momento do pré-abate do gado de corte como exemplo, pois quando não conduzido de forma eficiente e tendo como efeito a geração de estresse no animal, isso terá influência direta no produto final. Isso acontece pois com o estresse há um aumento na temperatura corporal, a frequência respiratória aumenta, há uma quebra rápida de glicose com queda do PH do músculo e aceleração da desnaturação proteica e do rigor mortis. A soma disso tudo afeta a maciez, a coloração e a vida útil da carne bovina.
De um modo geral, existem cinco princípios que envolvem o conceito de bem-estar: animais livres de medo e estresse; sem fome e sede; desconforto zero; ausência de dor, doenças e lesões; e por último, livres para expressar o seu comportamento natural.
Pensando nisso, uma das formas do consumidor final saber que sua compra é resultado de um sistema de produção que garanta o bem-estar dos animais é a presença de selos de garantia de bem-estar animal nas embalagens. Existem diversas iniciativas consolidadas como essa no Brasil, a fim de certificar que a fazenda tratou seu rebanho sem privação de alimento ou água, sem sofrimento e com a liberdade para que o animal expresse seu comportamento natural durante sua vida.
Existem também selos em produtos voltados às fazendas que promovam o bem-estar animal e impactem positivamente toda a cadeia, como em medicamentos, produtos para a nutrição e substâncias apaziguadoras.
(*) Vitor Marcassa Godoy é Zootecnista e Coordenador Comercial da Nutricorp
Foto: Divulgação / Nutricorp