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E se faltasse batata no prato dos brasileiros?

Por Florindo Orsi* –  A batata é uma das hortaliças mais importantes do Brasil – e também uma das mais amada: são 16,6 quilos consumidos per capita ao ano, de diversas formas: naturais, industrializados, fritos, assados, cozidos, sozinhos ou acompanhados. Entretanto, oferecer esse alimento em abundância e qualidade à sociedade não é uma tarefa fácil. Os desafios fitossanitários, se não enfrentados com sucesso, podem levar à perda de até 100% da produção nacional.

E essa produção não é pequena. São 3,7 milhões de toneladas colhidas anualmente no país, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com a falta de manejo adequado para o solo e as sementes e com deficiências no controle de insetos, fungos e plantas daninhas, certamente faltaria batata no prato dos brasileiros. E quais seriam os efeitos dessa falta do cultivo? O primeiro deles seria o aumento dos preços.

A inflação seria causada pela ausência do tubérculo diante de uma demanda alta e seria um problema também para toda a cadeia alimentícia que utiliza a batata – como as hamburguerias, por exemplo. A falta causaria um problema econômico muito mais grave, afinal, a bataticultura movimenta R$ 5,4 bilhões por ano, segundo o IBGE, sendo que a cultura está concentrada em 10 estados brasileiros, além do Distrito Federal.

Alguns inimigos do cultivo de batata são os fungos, que causam doenças como a requeima, a pinta-preta e a canela-preta. Entre as plantas daninhas, estão o caruru, a corda-de-viola e alguns tipos de capim. E não é só isso – ainda há os insetos, com destaque para a larva-alfinete, a traça da batata e a mosca-branca. Os desafios são reais nas principais regiões produtoras, como Minas Gerais (que detém 32% do total colhido), Paraná (20%), São Paulo (18%) e Rio Grande do Sul (12%).

Pensando em capacitar e aprimorar os conhecimentos dos produtores brasileiros, a UPL disponibilizou gratuitamente o livro “Batata: desafios fitossanitários e manejo sustentável”, com 319 páginas de informação com alta qualidade técnica, no site https://boletimtecnico.uplbrasil.com.br/batata/. O trabalho foi coordenado por Angélica Pitelli Merenda, doutora em agronomia pela Universidade Estadual Paulista (Unesp).

Cada um dos 13 capítulos é assinado por pesquisadores e colaboradores do grupo CRIAR, um grupo voluntário de especialistas mantido pela UPL para fomentar o compartilhamento de conhecimentos e discutir pontos relevantes da agricultura nacional. Cada um desses autores são importantes consultores da cadeia e especialistas com grande vivência na cultura no Brasil. Na obra, eles abordam a implantação da cultura, a ecofisiologia da batata, bactérias, fungos, viroses, nematoides, potato spindle tuber viroid (ou viróide do tubérculo afilado da batata, em tradução livre), ervas daninhas, insetos e mercado.

(*) Florindo Orsi é engenheiro agrônomo especialista em marketing e coordenador de estudos regulatórios da UPL Brasil

Foto: Wenderson Araújo / Sistema CNA Senar

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