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Cinco tecnologias que estão transformando os negócios no campo

Todos os dias, novas tecnologias surgem para transformar até os setores mais convencionais da economia. A agricultura não está fora desta realidade: ferramentas cada vez mais dinâmicas vem permitindo o aumento da produtividade e a qualidade da produção – tanto no plantio quanto na pecuária.

Desde o início da atividade no campo, a tecnologia se faz presente como estratégia para tornar a prática cada vez mais inteligente. No Egito antigo, por exemplo, eram construídos canais de irrigação para abastecer as plantações de trigo ao longo das margens do rio Nilo. Apesar de rudimentares, a técnica possibilitou que os povos alimentassem grandes populações sem depender da caça, facilitando a construção de cidades e civilizações.

Hoje, entre os países que mais se destacam no uso de tecnologia, estão os Estados Unidos, por sua intensa competitividade gerada a partir da produção descentralizada dos pequenos agricultores; o Japão, que se viu obrigado a investir em tecnologia para compensar o pouco espaço, já que possui poucas terras produtivas e muita demanda, e Israel, que realizou investimentos pesados em irrigação inteligente e dessalinização, por conta da terra árida e infértil.

“No Brasil, a movimentação também acontece e observamos algumas iniciativas interessantes utilizando IOT, Drones e Blockchain e até criptomoedas”, afirma Cláudio Rugeri, CEO da Culte, ecossistema completo de apoio ao agronegócio familiar.

Inclusive, no dia 13 de setembro, a empresa está lançando a cultecoin, criptomoeda que permitirá a compra antecipada da produção destes pequenos agricultores, contribuindo para o crescimento da agricultura familiar. “A ideia é possibilitar a conexão entre o produtor e empresas que estão precisando das mercadorias. Em troca, o consumidor realiza a compra em condições mais acessíveis”, revela ele.

O executivo preparou uma lista de tecnologias que estão transformando os negócios no campo. Confira:

1 – Criptomoedas

Uma criptomoeda é uma moeda virtual protegida por criptografia, o que torna quase impossível falsificá-la. Elas ficam em redes descentralizadas baseadas na tecnologia blockchain, um livro registro amplamente distribuído e fiscalizado por redes de diferentes computadores. Além disso, elas não são emitidas por nenhum controle central, o que as torna, teoricamente, imunes à interferência ou manipulação do governo.

Ou seja, elas têm um processo próprio de verificação e podem ficar em uma carteira também, só que digital. E podem ser usadas para pagar, precificar, guardar, transferir e tudo mais que o dinheiro tradicional faz, com a vantagem que a versão digital utiliza apenas a internet, de forma direta, sem depender de bancos centralizadores.

No caso da cultecoin, ela ela vai permitir a compra antecipada da produção de pequenos agricultores, contribuindo para o crescimento da agricultura familiar. “A ideia é possibilitar a conexão entre o produtor e empresas que estão precisando das mercadorias – como agroindústrias, cooperativas, hospitais, hotéis, restaurantes e outros estabelecimentos que necessitam de grandes volumes – para uma compra maior”, esclarece o CEO da Culte.

2 – Blockchain

O Blockchain consiste em uma das tecnologias mais promissoras da atualidade, contribuindo com diversos benefícios para a agricultura. Em tradução livre, Blockchain significa “cadeia de blocos”, e funciona como um livro de registros digital onde são armazenados dados de forma descentralizada, registrando as informações pertinentes com todos os agentes envolvidos no negócio. É como se cada elo da cadeia (ou cada pessoa) tivesse uma cópia perfeita desse livro com todos os registros feitos nele até então.

“Caso uma dessas pessoas alterasse ou apagasse dados do seu livro (seja por acidente ou por más intenções), o sistema detectaria esse problema imediatamente ao comparar a cópia alterada com as outras milhares de cópias disponíveis na cadeia, tornando a falsificação dos registros contidos no livro uma tarefa impossível”, explica Rugeri.

A impossibilidade de mudar informações, aliada à descentralização no armazenamento dos dados, gera segurança e rapidez para o rastreio de toda a produção agrícola, desde as etapas iniciais até a comercialização do produto. Dessa forma, essas vantagens únicas têm despertado o interesse de gigantes, como a IBM e o Carrefour.

Outras aplicações da tecnologia são os smart contracts (“contratos inteligentes”), as criptomoedas e a possibilidade de tokenização de serviços ou ativos agrícolas.

3 – Fazendas Verticais

A ideia é aliar instalações automatizadas com a aplicação de metodologias agrícolas de ponta, a fim de aumentar a produtividade e qualidade dos produtos. De fato, a alternativa é sustentável por diminuir a necessidade do desmatamento de novas áreas. Entre as técnicas empregadas por estas fazendas, o destaque fica por conta do controle de umidade, gases, temperatura, fertigação e irrigação controlada.

4 – Drones

O drone, também conhecido como veículo aéreo não tripulado, tem se mostrado uma excelente ferramenta para a agricultura pela flexibilidade. O aparelho é utilizado para captar informações fotográficas aéreas que contribuem para a análise da plantação (demarcação de plantio, acompanhamento do desenvolvimento da safra, etc), mas também pode ser usado na pulverização, acompanhamento de pastagem, busca por nascentes de água, monitoramento de áreas desmatadas, identificação de locais propícios para abertura de estradas, vigilância, telemetria, busca por focos de incêndio e tantas outras coisas.

Dessa forma , essa tecnologia no campo se usado corretamente, o drone é capaz até de tocar uma boiada, encontrar animais perdidos ou facilitar a negociação de propriedades.

5 – Veículos agrícolas autônomos

“Veículo autônomo” é aquele capaz de operar sem a intervenção humana direta. Apesar de ser uma tecnologia jovem, ela tem sido um grande foco de investimento para grandes empresas como Google e Tesla. De fato, na agricultura, os veículos autônomos, apresentam diversas utilidades, como pulverizar, arar, semear e colher, dentre outros.

A maior vantagem dos veículos autônomos sobre as máquinas agrícolas comuns é justamente sua autonomia: ao deixar de depender de operadores humanos, garantimos maior segurança na operação.

Foto: Adrian Infernus e André François McKenzie / Unsplash

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