A Associação Brasileira de Criadores de Zebu (ABCZ) veio a público manifestar sua posição contrária à apropriação indevida das denominações “carne” e “leite” (destinadas a produtos de origem exclusivamente animal) pelos produtos integralmente vegetais, denominados “plant based”. A manifestação pública da entidade responde à convocação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, que busca colher percepção da sociedade sobre tal assunto.
A entidade esclarece que o posicionamento contrário à tal medida “representa nosso respeito e nossa defesa ao trabalho dos mais de 23 mil associados, cujo fomento e produção atingem mais de 80% do rebanho bovino nacional, com produção estimada em 2020 de 10,5 milhões de toneladas de carne bovina e 24,5 milhões de toneladas de leite”, de acordo com o presidente da ABCZ, Rivaldo Machado Borges Júnior.
Em nome dos pecuaristas, ele defende que o uso impróprio dessas palavras traduz-se em propaganda enganosa perante os consumidores, ao fazer crer que estão ingerindo substâncias com as mesmas propriedades organolépticas e nutricionais, quando na verdade estudos demonstram que são díspares. Exemplo está em levantamento publicado na prestigiosa revista científica “Nature” de 05 Julho de 2021, por pesquisadores do Centro Médico da Universidade de Duke, que, em ementa, concluíram que o perfil metabólico entre a carne bovina e os “plant based” diferem-se em 90%, pois dos 190 metabólitos analisados apenas 19 são comuns, não sendo possível defender nutricionalmente que se possa substituir um produto por outro, ou que sejam intercambiáveis, como a nomenclatura pretendida de “carne vegetal”, “leite vegetal” ou “ovo vegetal” deixa entender.
Diante disso, a entidade pediu ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento que refute esses nomes impróprios aos “plant based”, cumprindo mais uma vez o seu papel de proteger a saúde dos consumidores e de defender a posição – louvável – de liderança do Brasil no mercado mundial de proteína animal.