A Kepler Weber registrou no segundo trimestre deste ano uma receita líquida histórica, segundo balanço da empresa, atingindo R$ 242,7 milhões. O resultado representa 158,2% de aumento se comparado ao segundo trimestre de 2020, quando a receita ficou em R$ 94 milhões.
Considerando o primeiro semestre de 2021, os números também representam crescimento em relação ao ano passado, com R$ 478,8 milhões contra os R$ 221,5 milhões, aumento de 116,2%. A companhia, líder na América Latina em soluções de pós-colheita, para beneficiamento e armazenagem de grãos e movimentação de granéis em portos, atribui o resultado histórico à sua liderança de mercado e à conjuntura favorável do agronegócio.
No documento ao mercado, a empresa apresenta alguns fatores que levaram ao desempenho, como carteira de pedidos em expansão, aumento dos volumes impulsionados pela elevação contínua das safras, taxa de câmbio que se mantém favorável aos negócios da empresa e ainda o aumento dos preços internacionais das commodities agrícolas. “Lembramos que o posicionamento Premium da Cia. e a cuidadosa gestão das margens, custos e despesas, fortalece nosso compromisso de crescimento sustentável e de proximidade com os clientes”, aponta em mensagem da administração.
O relatório traz ainda um aumento, em relação ao segundo trimestre de 2020, de 224,3% do EBITDA ajustado, lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações, somando R$ 24 milhões ante aos R$ 7,4 milhões do ano passado. No semestre, o EBITDA somou R$ 59,4 milhões, 139,5% maior que os seis primeiros meses de 2020. A margem do EBITDA ajustado cresceu 1,2 ponto percentual no mesmo período.
No balanço, a empresa sinaliza que o desempenho do EBITDA poderia ser maior não fossem os fortes aumentos de custos das matérias primas no segundo semestre de 2020, com destaque para o aço. A Kepler Weber informa que os aumentos nesta cadeia de suprimentos se deram “em velocidade mais rápida do que nossa capacidade de reajustar preços na ponta, afetando parcialmente a rentabilidade das entregas” no segundo trimestre.
O lucro líquido no segundo trimestre ficou em R$ 11,8 milhões, com margem líquida de 4,9%, uma redução de 11,3 pontos percentuais em relação aos R$ 15,2 milhões do segundo trimestre de 2020 e 16,2% de margem líquida. No semestre, o lucro líquido ficou em R$ 29 milhões, com margem líquida de 6,1% e redução de 4,7 pontos percentuais quando comparado aos R$ 23,9 milhões do primeiro semestre de 2020 e 10,8% de margem líquida.
O capital social da empresa, de R$ 423,2 milhões, aumentou, “resultante da subscrição dos bônus de 2014 finalizada em 15 de junho de 2021, gerando emissão de 4.038.984 novas ações ordinárias”. A empresa, que reforça a robustez financeira, informa ainda o aumento do nível de adiantamentos dos clientes, permitindo fechar junho de 2021 com saldo bruto de R$ 395,5 milhões.
Áreas de negócios
A principal área de negócio da companhia, Armazenagem Mercado Interno cresceu 199,6% em receita líquida no segundo trimestre quando comparada a igual período de 2020. O total apurado foi de R$ 175,8 milhões.
No semestre, também houve aumento 154,2%, somando R$ 346,6 milhões em receita líquida, com projetos de médio e grande portes entregues aos produtores, cooperativas e cerealistas. A Kepler Weber informa também que fechou contratos relevantes no segundo trimestre deste ano “que contribuirão para alavancar o faturamento do segundo semestre de 2021 e do primeiro semestre de 2022, dentre eles destacamos os pedidos para 2 grandes cooperativas brasileiras nos segmentos de grãos e café, no montante total de R$ 118,9 milhões”.
Em relação à Exportação, a receita líquida saltou 107% no trimestre, na comparação com o mesmo período de 2020, atingindo R$ 27,7 milhões, enquanto no primeiro semestre de 2021 o aumento foi de 78,7%. Ambos, segundo balanço da empresa, são resultado da captura de boas oportunidades, de um fluxo regular de exportações e do repasse do aumento de custos com matéria prima.
“Quando olhamos o crescimento, abatendo a variação cambial, chegamos ao incremento de 61,2%, como resultado de novos pedidos no primeiro semestre de 2021 com destaque para Paraguai, Peru e Argentina”.
No segmento de Reposição e Serviços, a companhia registrou aumento de 97,1% na receita líquida no segundo trimestre de 2021, comparando com 2020, atingindo R$ 37,2 milhões. Foram R$ 69,1 milhões no semestre, com aumento de 76,6%. O resultado, diz a Kepler, é “consequência da estratégia adotada nesta área de negócios para trazer maior recorrência nas receitas da companhia”, a partir de cinco centros de distribuição no país. O balanço sinaliza que o desempenho também está associado à venda de itens de segurança para modernização das unidades antigas de beneficiamento e armazenagem, principalmente para atender normas regulamentadoras, além do repasse de reajuste de matéria prima.
Movimentação de Granéis Sólidos, outra área de negócio da empresa, registrou queda no trimestre de 36,1%, com receita líquida de R$ 2 milhões. No semestre a redução foi de 29,5% em comparação com o mesmo período de 2020.
A empresa salienta que a redução, tanto no trimestre quanto no semestre, “é decorrente da variação natural nos volumes de vendas desta área de negócio, o que gera alternância de períodos de alta e baixa concentração de faturamento”. No balanço financeiro, a Kepler Weber informa ao mercado sobre pedidos fechados no final do trimestre que somam R$ 74,3 milhões com faturamentos previstos a partir de julho.
Na mensagem aos acionistas, a companhia também destaca o aumento de recursos para o PCA (Programa para Construção e Ampliação de Armazéns) disponibilizados pelo Plano Safra 21/22, com um crescimento de 84% em relação ao Plano anterior, totalizando R$ 4,12 bilhões. Os recursos continuarão “impulsionando os investimentos em armazenagem de grãos, contribuindo para reduzir o grande déficit no Brasil”.
Investimentos
O volume de investimentos da companhia cresceu 377,8% entre o primeiro semestre de 2020 e 21. São R$ 18,6 milhões nos seis primeiros meses deste ano ante os R$ 3,9 milhões do ano passado.
No último trimestre, a companhia aplicou R$ 5,7 milhões em modernização e expansão de capacidade produtiva, R$ 500 mil no desenvolvimento de novos produtos, R$ 300 mil no atendimento de normas regulamentadoras e reformas e R$ 100 mil em tecnologia da informação.