O avanço tecnológico tem se refletido em mudanças para muitas profissões e, no campo, não é diferente. No entanto, apesar de por vezes ser vista socialmente como uma inimiga — capaz de “substituir” o trabalho humano — , a principal função da inovação tem sido a de auxiliar no cotidiano dos produtores rurais, facilitando seu dia a dia e ajudando na obtenção de mais produtividade. Não é à toa que, hoje, 84% dos agricultores brasileiros usam pelo menos uma tecnologia como ferramenta de suporte ao seu trabalho, segundo estudo da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
“Associado às técnicas de produção e ao vasto conhecimento tácito dos agricultores, as inovações tecnológicas permitem que os recursos sejam usados de forma cada vez mais inteligente no campo, garantindo que benefícios como lucro e sustentabilidade sejam possíveis e contribuindo para o avanço de um novo agronegócio ainda mais eficiente”, comenta Bernardo de Castro, presidente da divisão de Agricultura da Hexagon — empresa que desenvolve e fornece soluções tecnológicas para áreas agrícolas e florestais.
Neste dia do agricultor, celebrado em 28 de julho, conheça três tecnologias que auxiliam no trabalho desse profissional:
1 – Softwares para planejamentos otimizados
Imprevistos sempre foram um grande desafio para os agricultores. Porém, atualmente, já existem softwares específicos para auxiliar no planejamento de operações, possibilitando que esses profissionais consigam se preparar melhor para lidar com as diferentes situações do seu cotidiano.
“Fazer um planejamento otimizado de cada etapa da produção, calcular possibilidades e variantes e monitorar atentamente as operações é essencial. Ainda que não impeça acasos, essas ações permitem mais assertividade na tomada de decisões e agilidade na resposta aos conflitos, evitando grandes prejuízos nas lavouras”, explica Bernardo de Castro.
Tecnologias para planejamento de plantio, por exemplo, são capazes de analisar áreas de produção, apontar a necessidade de reformas, indicar o solo e as variedades ideais para plantio e calcular curvas de produtividade, gerando maior previsibilidade nos custos com insumos e equipamentos. Já pensando na colheita, os softwares ajudam a construir planos que consideram questões como produção estimada por área, curvas de maturação, distribuição geográfica, previsões meteorológicas e até mesmo a demanda do mercado. Outra vantagem do planejamento otimizado é a comparação com dados históricos de safras anteriores, que auxilia na previsibilidade e na correção de erros cometidos anteriormente.
2 – Sistemas de gestão avançados
Para que uma operação agrícola seja bem sucedida, é importante não apenas planejar, mas também manter uma gestão ativa. Porém, com tantos detalhes para serem analisados — questões de produtividade, uso de diferentes insumos, consumo de combustíveis, manutenção de máquinas, fluxo de caixa… —, esse gerenciamento se torna bastante complexo, dependendo do apoio da tecnologia para o alcance de uma visão mais estratégica.
Por meio de sensores e computadores de bordo integrados ao maquinário agrícola, sistemas geram dados e disponibilizam relatórios, mapas, gráficos e tabelas exportáveis, permitindo a compreensão precisa dos processos que acontecem nas áreas rurais.
“Com a visualização e o cruzamento dessas informações, o gerenciamento de tarefas se torna muito mais simples e, a tomada de decisões, muito mais acertada. As fases mais sensíveis da produção são identificadas e as ações necessárias para ajustá-las podem ser realizadas de forma ágil pelo agricultor”, enfatiza Bernardo de Castro.
3 – Controladores de fertilizantes e de pulverização
Outra inovação que facilita e aprimora o trabalho dos agricultores é o controle de fertilizantes. Esse tipo de solução regula e automatiza a aplicação de insumos de forma inteligente, permitindo que cada parte do solo receba a quantidade ideal de fertilizantes e corretivos de acordo com suas características.
O presidente da divisão de Agricultura da Hexagon explica que essa distribuição é feita a partir de mapas georreferenciados , que são gerados com base em históricos de produtividade e análises do solo. “Além de espalhar corretamente os nutrientes, são reduzidas falhas e desvios de adubação, o que aumenta a produtividade e gera uma economia de cerca de 20% nos insumos aplicados”, complementa.
De forma semelhante, também há a tecnologia de controle de pulverização, que ajuda no combate a plantas invasoras, pragas e doenças na lavoura. Esse controlador garante a distribuição da dosagem ideal de defensivos sem falhas de aplicação e ainda promove um desligamento automático de seção de pulverização em situações de sobrepassagem, evitando desperdícios. “Como a compra de herbicidas, inseticidas e fungicidas pesa no bolso, essa certeza de que os defensivos agrícolas serão utilizados no alvo e na quantidade ideal faz toda diferença para a lucratividade”, aponta Bernardo.