As recentes chuvas nas principais regiões produtoras de café no Brasil deram um alívio no déficit hídrico nas plantas, provocado pela seca em outubro do ano passado e também nos meses de janeiro e março. De acordo com o engenheiro agrônomo da Satis César Pirajá, que acompanha o comportamento dos cafeeiros dessas regiões, as precipitações em uma média de 40 milímetros ajudam as plantas a resistir melhor ao período de seca do inverno e obter o maior pegamento da florada. “Se não fosse isso, muitos pés de café não iam aguentar até as próximas chuvas”.
No entanto, os danos já ocorridos são irreversíveis porque o cafeeiro deixou de crescer e houve problema de pegamento da florada. “A lavoura fica debilitada, desfolha, murcha, perde vigor e segura menos a florada”, destaca Pirajá. As estimativas de perdas feitas pelos produtores em torno de 20% a 40% na produtividade da safra que começou a ser colhida em maio estão mantidas. Com o pouco acúmulo de água no solo, a situação também prejudica a próxima safra a ser colhida em 2022, que será menor, já que houve pouco crescimento dos ramos.
Para evitar prejuízos ainda maiores, como quebra da produtividade e aumento dos custos de produção, em média, de 30% comparado à safra passada, para cerca de R$ 15.000,00 o hectare, a orientação para o produtor é de ficar atento ao planejamento para o pós-colheita. “Primeiramente avaliar o seu custo de produção, já que a maioria ainda não faz isso, e ter os insumos na fazenda para entrar com as pulverizações de pós-colheita e de florada”, observa o agrônomo. Pirajá afirma que o produtor deve comprar mais cedo, em agosto ou, no máximo, setembro, e deixar os insumos guardados para fazer a primeira e segunda adubações. Ele alerta que se deixar para o fim de outubro, irá coincidir com o plantio da safra de grãos.