Levantamento realizado pela Consultoria DATAGRO mostra que a comercialização da safra 2020/21 da soja brasileira avançou pouco em junho, mas já atingiu 80,2% da produção esperada até o último dia 2 de julho. Está bem abaixo dos 91,2% do fluxo recorde da safra passada, mas ainda acima da média de 79,3% de 5 anos para o período.
O incremento foi de apenas 3,9% ante o relatório anterior, abaixo dos 5,9% do padrão normal de avanço para o período. “O movimento limitado confirmou nossa expectativa em cima da piora significativa dos preços domésticos sobre maio, desmotivando os produtores a entrarem no mercado”, ressalta o coordenador de Grãos da DATAGRO, Flávio Roberto de França Junior.
Considerando a previsão atual de produção da safra 2021, mantida em 136,97 milhões de toneladas, os sojicultores brasileiros têm um total compromissado de 109,85 mi de t. Em igual período do ano passado, esse volume de produção negociado estava maior, tanto em termos nominais como absolutos, chegando a 116,91 mi de t.
Safra 2021/22
De acordo com a DATAGRO, 19,2% da produção estimada da oleaginosa safra 2021/22 está comprometida comercialmente. Esse fluxo está acima dos 18,2% da média dos últimos 5 anos, mas segue bem abaixo dos 36,2% do recorde anterior ocorrido em igual momento de 2020.
Segundo a projeção preliminar, que considera área maior em 2,9%, clima razoavelmente regular e produtividade dentro da normalidade, a safra brasileira do próximo ano tem potencial para atingir 141,18 mi de t, sendo assim, teríamos 27,14 mi de t comercializadas antecipadamente, volume muito inferior aos 49,58 mi de t dessa mesma época em 2020.
Milho
As vendas do milho da safra de verão 2020/21 no Centro-Sul do Brasil chegaram a 79,0% da produção esperada, contra 67,4% do levantamento anterior e 82,0% em igual momento do ano passado, seguindo acima dos 72,6% da média dos últimos cinco anos.
Até o dia 2 de julho, 65,4% da safra de inverno no Centro-Sul estava compromissada pelos produtores, ante 56,9% no mês passado, 65,0% em 2020 e 59,2% na média de 5 anos.
A previsão total de safra foi reduzida de 109,31 para 91,78 mi de t, com perdas volumosas já confirmadas na safra de verão do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, e agora com perdas também expressivas na safra de inverno do Paraná, Mato Grosso do Sul e Goiás, diante da diminuição no volume de chuvas em abril e maio e das geadas em junho.