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Projeto de marketing quer alavancar vendas de Queijo Minas Artesanal

Uma iniciativa que uniu a Empresa de Assistência Técnica (Emater-MG), o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e a Faculdade Esamac Uberlândia, está garantindo importantes ferramentas de marketing e comunicação para a jovem Associação dos Produtores de Queijo Minas Artesanal do Triângulo (Aqmatri), na cidade de Uberlândia. A ideia é ter meios para conquistar novos filiados e consumidores, fortalecendo a união do grupo, a boa qualidade do produto e expandindo a comercialização do mais tradicional dos queijos mineiros, feitos nesta região produtora.

A entidade ganhou logomarca, slogan e um projeto completo de orientações para anúncios e comunicação nas redes sociais (Facebook e Instagram), rádio e vídeo. O portfólio também incluiu a criação de um layout do site, e-mail marketing e aplicação da logomarca em diversos meios, como aventais, bonés, crachá de identificação, envelope e cartão de visitas, entre outras peças. O trabalho teve início no começo de março deste ano e foi concluído recentemente, quando foi apresentado para os produtores associados e representantes das instituições parceiras do projeto, em cerimônia virtual, sendo aprovado pela associação.

A  Aqmatri, fundada no final de 2019, representa sete produtores dos municípios de Monte Carmelo, Araguari, Uberlândia, Tupaciguara, Monte Alegre, Nova Ponte e Estrela do Sul. Mas no total,  a região queijeira do Triângulo Mineiro, produtora do típico queijo artesanal, é composta de dez municípios. Ela foi caracterizada como produtora de Queijo Minas Artesanal em 2014, sendo os municípios de Uberlândia, Tupaciguara, Monte Carmelo e Araguari os mais ativos na atividade queijeira, segundo a extensionista de Bem-estar Social da unidade regional da Emater-MG, Patrícia Beatriz Freitas.

 

Começo

A execução do trabalho de marketing começou a partir de uma demanda da associação ao Sebrae para a criação da identidade visual da marca Aqmatri (logomarca), além de um slogan que sintetizasse o objetivo da agremiação coletiva e algumas ideias para a comunicação digital. Como a Emater-MG, vinculada à Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), vem ao longo do tempo trabalhando diversas questões da atividade com as famílias produtoras da região, inclusive o associativismo, a empresa abraçou a causa também. Ao lado do Sebrae, a Emater-MG apoiou e acompanhou todo o processo de execução do projeto.

“Considerando ser uma associação nova, o grupo sentiu a necessidade de criação de uma logomarca para que houvesse maior identificação e divulgação do trabalho da Aqmatri”, explicou a extensionista Patrícia Freitas.

Segundo a técnica, em reunião entre Emater-MG, Sebrae e Aqmatri, levantou-se a ideia de buscar a parceria da Faculdade Esanc Uberlândia, para que, por meio da disciplina Marketing III, ministrada pelo professor Arnaldo Galhardo Júnior, fosse viabilizado o projeto.

Para o professor Galhardo, o projeto significou a possibilidade de incentivar um tema da realidade concreta dos alunos da faculdade. “A proposta foi muito bem aceita pelos alunos. Primeiro, porque a demanda da Aqmatri encaixava muito bem com o conteúdo da matéria. Segundo, porque eles iriam trabalhar num projeto real”, justificou.

O professor Galhardo passou a demanda para os estudantes divididos em 28 equipes, com diferentes propostas.  “Enviei os 28 para a Aqmatri para que os associados decidissem qual seria o melhor. Só que eles gostaram tanto de todos, que não conseguiram eleger apenas um. Então escolheram o melhor logotipo, o melhor slogan e o projeto mais completo e bonito”, revelou. O slogan vencedor foi “juntos pela qualidade, unidos pela tradição”.

A presidente da Aqmatri, Maria Elena Mota, ressaltou que a expectativa dos produtores com a utilização das novas ferramentas de marketing, como a logomarca, por exemplo, é ter um bom visual que chame a atenção de produtores e consumidores.

Como produtora de Queijo Minas Artesanal (QMA), há 30 anos, ela desenvolve a atividade com o marido, Jales Clemente de Oliveira, e sabe na prática, como tornar o produto da região mais conhecido.  Ela garante que é cada vez maior a aceitação pelo mercado consumidor do queijo produzido no Triângulo Mineiro, apesar de ser uma região nova, e atribui também a isso, a participação em eventos, como feiras, por exemplo.

“Cada dia mais tem maior aceitação. A gente vai ficando conhecido nos lugares, nos eventos. E o nosso queijo é tão bom quanto o das outras regiões. Então é por isso que acaba tendo esse reconhecimento”, afirma.

Segundo Maria Elena, sua queijaria, em Monte Carmelo, foi a primeira da região a ser reconhecida pelo órgão de inspeção do Estado, o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), em 2011. Ela e o marido produzem em média 30 quilos de queijo por dia. O produto é comercializado em vários supermercados e eles sempre contaram com o atendimento da empresa pública mineira de extensão rural.

“Nesses anos, a Emater nos proporcionou vários atendimentos, cursos e contribuiu para a comercialização e a participação em capacitação. Até o nosso catálogo de vendas foi a Emater que nos ajudou”, pontuou.

Parceria na pandemia

A analista de Agronegócios da Regional Sebrae do Triângulo, Fabiana Queiroz, avalia que, com a realidade da pandemia da covid-19, tornou-se mais necessário profissionalizar a comercialização dos produtos da região.

“A gente precisava levar a associação e os produtores com os seus queijos para esse mundo digital. O Sebrae conseguiu fazer a conexão entre uma iniciativa privada, com uma instituição técnica, com o produtor, com a universidade, identificando essas várias vontades. Essa é uma entrega que de fato será utilizada pela associação pra fazer a comercialização e, cada vez mais, a venda de queijo do Triângulo em todo o Brasil”, afirma.

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