Com a alta nos custos de produção do leite devido à valorização da cultura do milho no mercado, os produtores buscam alternativas para viabilizar a atividade. A otimização do uso das pastagens de inverno vem sendo cada vez mais utilizada e incentivada junto às propriedades para que o criador possa driblar esta elevação de preços dos insumos e garantir a qualidade do produto.
Segundo o presidente da Associação dos Criadores de Gado Holandês do Rio Grande do Sul (Gadolando), Marcos Tang, o milho, que compõe pelo menos 60% da alimentação das vacas, é o custo de maior impacto atualmente. Lembra também que nas últimas três safras, o produtor foi prejudicado pela estiagem com a impossibilidade, em muitos casos, de fazer a silagem adequada.
O dirigente reforça também que neste momento é preciso otimizar os recursos diminuindo o concentrado, mas não tirando totalmente este recurso. Outra dica é a utilização de resíduos industriais como bagaços de laranja, maçã, uva e cevada que podem ser analisados, mas Tang enfatiza que esta situação só é benéfica caso o produtor tenha indústrias perto da propriedade para não gerar mais um custo com frete.
O presidente da Gadolando aconselha os produtores que aproveitem o máximo de cortes ou o pastoreio da vaca para diminuir os custos. “O azevém tem um bom índice de proteína e um bom rendimento na produção de leite. Além disso, é importante fazer a rotação. O produtor tem se profissionalizado e feito este tipo de sistema.
De acordo com a técnica da Gadolando, Íris Beatriz dos Santos, existem técnicas que podem ser usadas para amenizar os efeitos indesejáveis da estacionalidade, como a sobressemeadura de espécies forrageiras de inverno em áreas anteriormente ocupadas por espécies perenes de clima tropical. “Esta é uma opção a ser considerada para aumentar a produção e a distribuição forrageira estacional e manter o valor nutritivo da forragem durante estações frias. A cultura sobressemeada aproveita o período do inverno em que a forragem perene está pouco produtiva ou até mesmo dormente”, explica.
Para Íris, também é necessário considerar que não são somente a produção e o valor nutritivo da forragem que variam durante o ano, mas também as exigências dos animais em pastoreio. “Assim, o planejamento do sistema de produção de forragens é indispensável, pois o objetivo é equilibrar a máxima oferta de alimentos de alta qualidade com a exigência nutricional dos animais e evitar, ou pelo menos reduzir, períodos de déficit forrageiro e a necessidade de suplementação”, pondera.