A Campanha de Conscientização, Prevenção e Combate aos Incêndios promovida pela ABAG, ganhou novos parceiros e chega mais longe, levando educação, informação e prestação de serviço. Pelo segundo ano, a Somar Meteorologia será contratada para a confecção diária do “Indicativo de Incêndios”. O Indicativo correlaciona as condições observacionais e de previsão de chuva em curto e médio prazo, umidade relativa, balanço hídrico e outras variáveis meteorológicas, apontando, com mais precisão, as áreas e regiões com maior potencial de risco de ocorrência e propagação de fogo.
Os mapas serão disponibilizados, diariamente, durante cinco meses, no hotsite da Campanha: www.incendiosprevina.com.br, e de forma proativa, nas mídias sociais da ABAG/RP e dos parceiros para alcançar o público em geral. Além disso, serão usados pelas equipes agrícolas e de prevenção aos incêndios dos participantes e, por meio da Secretaria da Agricultura, chegará aos produtores de todo o Estado, que serão alcançados via equipes de extensão rural.
Os mapas estarão à disposição de toda a imprensa que queira utilizar as informações. Essa inovadora ferramenta para a prevenção dos incêndios, mais uma vez, fará parte da previsão do tempo dos telejornais da EPTV, afiliada da Rede Globo, nas praças de Ribeirão Preto, São Carlos (Central) e Campinas, chegando a 157 cidades. Segundo Luciene Viegas, diretora-executiva de jornalismo da EPTV, a parceria iniciada em 2020 foi de muitos resultados, pois a possibilidade de antecipar o que pode acontecer para os telespectadores/internautas fez com que os riscos diminuíssem, e por isso foi renovada em 2021.
Comunicação e Educação
Todo o material de comunicação e educação, atualizados, como outdoors, busdoors, placas de estrada, spots de rádio, vídeos e cartilhas, será usado pelos parceiros para levar a mensagem da prevenção de forma lúdica e amigável para diversos públicos, no campo e na cidade.
Mônika Bergamaschi, presidente do Conselho da ABAG/RP, e em nome de todos os parceiros, lembra que a Campanha é realizada durante o período mais seco do ano, quando historicamente a ocorrência de focos de incêndio é maior, sendo este o momento ideal para disseminar as informações. “Conscientizar e engajar toda a sociedade urbana e rural é o nosso grande objetivo. Este ano temos a satisfação de ter ao nosso lado, além dos nossos parceiros do setor privado, a Secretaria Estadual da Agricultura. Com todos engajados na prevenção aos incêndios, minimizaremos os prejuízos ambientais, sociais e econômicos”, disse.
Todos contra os incêndios criminosos
A Campanha deve trabalhar fortemente contra os incêndios criminosos que, em 2020, foram causas de grandes e pequenos focos de fogo ocorridos em todo o Estado de São Paulo, tanto na zona rural, quanto na zona urbana.
Para o setor canavieiro, que predomina na região de Ribeirão Preto, o fogo representou prejuízos materiais e ambientais. Prejuízos com a perda de áreas naturais, que haviam sido reflorestadas; a queima de cana antes da hora da colheita, o que diminuiu a qualidade da matéria-prima, e o fogo em áreas já colhidas, que inviabilizou a rebrota. Em muitas áreas foi preciso fazer um novo investimento em plantio.
O custo para prevenir os incêndios nos canaviais
A prevenção dos incêndios por parte das usinas só tem crescido nos últimos anos, segundo o Indicador de Investimento em Prevenção, divulgado em reunião do Grupo Fitotécnico do Centro de Cana, em outubro de 2020.
O estudo foi feito pelo consultor Rubens Braga Jr, que recebeu informações de 92 unidades produtoras da região Centro-Sul, totalizando 3,3 milhões de hectares. O trabalho apontou investimentos na ordem de R$ 221.527.297,00, no ano de 2020, e o envolvimento de 5.150 funcionários exclusivos para esta tarefa, o que representa um investimento médio de R$ 67,93/ha, e mão de obra de 1,58 funcionário/1.000 ha. O custo na região de Ribeirão Preto é maior: são R$ 85,15/ha, e envolve 1,61 funcionário/1.000 ha.
Previsões para 2021
O ano de 2020 foi o segundo com mais focos de incêndios no Estado de São Paulo, foram 6.123, contra 7.292 de 2010, atingindo 111.295 hectares. As previsões não são boas para 2021 e especialistas apontam que o fenômeno La Niña deve enfraquecer e se neutralizar durante o outono (abril-junho), o que significa que todo o período do inverno no Centro-Sul do Brasil será mais seco do que o normal, e que as chuvas da primavera podem começar mais tarde neste ano.