A EPAMIG avançou nos testes com controle alternativo de pragas agrícolas. O objetivo das pesquisas é utilizar produtos derivados de plantas para diminuir a quantidade de organismos nocivos às lavouras. Dessa vez, pesquisadoras da empresa detectaram que o extrato de pimenta malagueta é promissor para o controle do ácaro-branco (Polyphagotarsonemus latus), causador de grandes prejuízos aos produtores rurais.
O ácaro-branco é uma praga de tamanho muito pequeno que gosta de atacar as folhas das plantas. Os resultados, nocivos para a agricultura, são folhas curvadas para baixo, ressecadas e com quedas prematuras. Além disso, as plantas atacadas pela praga geralmente contêm flores e frutos deformados.
Estudo coordenado pelas pesquisadoras Madelaine Venzon e Maira Fonseca, em parceria com a Universidade Federal de Viçosa (UFV) e a Universidad de La Salle (Yopal), detectou que o extrato hidroalcoólico preparado a partir de sementes de pimenta malagueta possui efeito tóxico ao ácaro-branco. O experimento foi realizado em casa de vegetação e o extrato foi aplicado nas próprias plantas de pimenta malagueta com folhas atacadas pelo ácaro.
O extrato utilizado foi obtido a partir de dez gramas de sementes de pimenta malagueta e 100 ml de álcool 30%, explica Juliana Maria de Oliveira, aluna de mestrado que conduziu o experimento. Segundo Madelaine Venzon, os extratos de pimenta malagueta são capazes de controlar populações de artrópodes, como o ácaro branco, na condição de deterrentes alimentares e repelentes.
Ainda segundo a pesquisadora, o próximo passo é impulsionar o uso do extrato na agricultura familiar para o manejo do ácaro branco em hortaliças e fruteiras.
“A utilização de produtos alternativos no controle de pragas tem aumentado muito no Brasil, especialmente em decorrência do crescimento da produção orgânica. Em geral, os produtos alternativos possuem baixa toxicidade ao homem, são de fácil preparação ou aquisição e aceitos pela maioria das certificadoras de produtos orgânicos ou ecológicos. Isso faz com que haja grande utilização desses produtos em sistemas familiares de cultivo”, destaca Madelaine.
Outros estudos estão sendo conduzidos pela EPAMIG para testar a toxicidade de óleos essenciais de plantas aromáticas e medicinais para manejo da mosca-branca, ácaro rajado e para pragas do café. Os estudos são desenvolvidos com o apoio da CAPES, CNPq e FAPEMIG. A EPAMIG é uma empresa vinculada à Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa).