A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo realiza, por meio do Instituto de Zootecnia (IZ-Apta), pesquisas com sistemas integrados envolvendo a produção de milho. A pesquisadora do IZ, Karina Batista, explica que nos sistemas integrados de produção agropecuária, o milho consorciado com plantas forrageiras tem sido utilizado para recuperação de áreas degradadas, produção de grãos e silagem para alimentação animal, por propiciar ganhos econômico e ambiental.
Em se tratando dos ganhos econômicos, ao se utilizar a cultura do milho, aspectos que estavam sendo esquecidos como a correção da acidez e a reposição de nutrientes ao solo, bem como o melhor escoamento da água, começam a ser adequados e, dessa forma, a área é corrigida e os custos dessa correção é dissipado com a produção dos grãos. Já em relação aos ganhos ambientais, é possível citar melhorias na qualidade do solo e da água e maior aproveitamento no uso do solo e como consequência redução na emissão de gases de efeito estufa.
Nessa prática, apenas as linhas do milho têm sido adubadas, pois as recomendações do nitrogênio não consideram as possíveis variações provenientes do cultivo consorciado. “Entretanto, a produção de grãos, forragem e palha e o manejo do nitrogênio estão entre as principais dificuldades encontradas pelos agricultores”, ressalta Karina.
Por esta razão, Karina enfatiza que melhorar as recomendações de nitrogênio em cultivo consorciado é fundamental para aumentar a produção do milho e a qualidade das plantas forrageiras, “sem que ocorram perdas de nitrogênio para o meio ambiente”. Nesse sentido, o estudo de “Plantas forrageiras e nitrogênio na sucessão soja ― milho safrinha para o desenvolvimento de sistemas alimentares sustentáveis” tem por objetivo avaliar a influência das plantas forrageiras e do nitrogênio na sucessão de culturas soja ― milho Safrinha em sistema de plantio direto, visando desenvolver sistemas alimentares sustentáveis com o uso eficiente das culturas (verão e outono-inverno) e do nitrogênio para a produção de silagem e grãos.
Nesse estudo, o capim-ruziziensis e o capim-aruana, esse último lançado pelo Instituto de Zootecnia em 1989, estão sendo consorciados com a soja no verão e com milho no outono-inverno. Além disso, a aplicação de nitrogênio em cobertura nas plantas de milho e nos capins está sendo avaliada.
A sucessão de culturas soja-milho é uma prática muito utilizada pelos produtores brasileiros e graças a ela, explica Karina, atualmente é possível se fazer duas safras por ano. “Porém, a falta de diversificação desse sistema para a produção de grãos tem gerado redução na proteção do solo e, como consequência, aumento de plantas daninhas, doenças e pragas e queda na produtividade dos grãos”, diz a pesquisadora.
Em busca de melhorias para esse sistema, as plantas forrageiras começaram a ser usadas em consórcio com o milho no outono-inverno. O que no primeiro momento parecia ser adequado para a produção de palha para os agricultores, num segundo momento saltou aos olhos dos pecuaristas em busca de forragem no período de seca. Entretanto, para que a produção da soja, milho e forrageiras seja adequada é importante se estudar o sistema, projeto que tem sido desenvolvido no IZ.