Os machos desempenham papel fundamental na reprodução das aves, exigindo atenção e cuidados para que cumpram o seu papel com eficiência. De acordo com Daniel Canciam, consultor técnico da Auster Nutrição Animal, os cuidados com os machos devem ser iniciados antes mesmo do alojamento dos pintinhos, com preparação do aviário e proporcionar um ambiente que atenda às necessidades fisiológicas com um controle rígido sanitário.
Os avicultores devem oferecer temperatura adequada, renovação de ar, água de boa qualidade oriunda de fonte fechada, programa vacinação de acordo com a região, programa de luz e nutrição apropriada, com matéria primas e ingredientes livres de contaminações, toxinas e de patógenos, processados em fábricas que cumpram rigoroso padrão de qualidade, com níveis ajustados para cada fase de criação, conforme preconiza a linhagem, a fase de recria inicia desde seu primeiro dia de vida e seguindo até a vigésima primeira e vigésima terceira semana, quando ocorre a transferência à granja de reprodução.
Canciam explica que durante o período de recria, os pintinhos que se transformarão em galos passam por importantes mudanças corporais e fisiológicas, que influenciarão no seu desempenho reprodutivo. É o caso do desenvolvimento rápido dos sistemas imune, cardiovascular, digestivo e esquelético durante as quatro primeiras semanas de vida.
“Entre a décima quarta e a vigésima terceira semanas, esses machos, tem um acelerado ganho de peso e são preparados para atingir a maturidade sexual. Após serem transferidos, passam a receber estimulo luminoso, onde ocorre rápido crescimento testicular nas próximas 4 semanas e mudanças visuais, como o aumento significativo da crista e barbela e, assim, estando preparado para o acasalamento”, explica o técnico. O ideal é que fêmeas e machos tenham sido recriados sob o mesmo programa de luz, controlando uniformidade de peso e peito, proporcionando sincronização sexual entre ambos”.
Segundo o consultor, para que a recria seja bem sucedida, inicialmente são alojados de 14% a 15% dos machos em relação às fêmeas. Eles passarão por seleções periódicas nas 1ª, 4ª, 8ª, 12ª e 16ª semanas de vida com objetivo de menor variabilidade de peso, tamanho de peito, e mudanças fenotípicas indicativas de maturidade como tamanho de crista e barbela, objetivando alcançar taxa de uniformidade de peso acima de 90% na transferência. Ao final das seleções em torno de 10% são transferidos para fase reprodutiva. Na seleção também são verificados defeitos, como bicos tortos, quebrados, dedos torcidos, animais cegos e conformação óssea. Além disso, o representante da Auster destaca que é de extrema importância que o peso da ave, assim como a conformação do peito, sejam acompanhados durante toda sua vida, realizando seleções com frequência.
Canciam orienta que, caso haja falhas na seleção, acarretando desuniformidade dos galos, é interessante que, entre 15 a 16 semanas haja uma separação das aves por conformidade de peito, para que as menos desenvolvidas passem por ajustes na alimentação, visando melhorar a uniformidade e o desenvolvimento sexual até a transferência.
Ele alega, ainda, que é importante que os galos sejam transferidos para a granja de reprodução antes das fêmeas para se adaptarem às diferenças estruturais do galpão, como seu novo sistema de alimentação. “A atenção ao bem-estar dos animais é essencial para que eles alcancem os objetivos almejados pelo avicultor. Não devemos nos preocupar apenas com os cuidados específicos para a recria, mas também garantir que as aves fiquem livres de fome, sede, desconforto, dores ou doenças, estresse e comportamentos anormais”, reforça.