O maior comprometimento dos líderes mundiais na Cúpula do Clima quanto à implementação de políticas públicas e ações para ampliar a conservação de biomas e ecossistemas e diminuir os riscos das mudanças climáticas representa uma grande oportunidade para o Brasil, que conta com uma biodiversidade ímpar e um agronegócio que pode aliar proteção ambiental com uma produção segura e de qualidade.
Na avaliação de Francisco Beduschi Neto, executivo da National Wildlife Federation (NWF) no Brasil, os anúncios promovidos pelo Governo Federal indicam uma nova postura perante a questão ambiental, mas é preciso que sejam efetivamente cumpridos. “Para isso, é necessária a elaboração de uma agenda, com a participação da cadeia do agro, assegurando a transparência e o progresso até 2050, quando se pretende atingir a neutralidade climática”, afirma.
Em sintonia com os investidores internacionais e os consumidores, as nações compradoras de commodities e produtos brasileiros querem uma resposta rápida e eficiente do Brasil quanto à conservação ambiental e ao combate e erradicação do desmatamento ilegal e da invasão de áreas protegidas.
Por isso, Beduschi pondera que o país deve acelerar ações relacionados que mostram esse direcionamento, como agilizar a análise do CAR, complementar a implementação do Código Florestal e aprimorar sistemas de informação e conjuntos de dados existentes. “Por outro lado, é importante ressaltar a sanção da Política Nacional de Pagamento por Serviços Ambientais, que remunera os produtores rurais, estimulando a manutenção e preservação ambiental”, complementa.
Nesse sentido, Beduschi relembra que o país liderou as questões ambientais em diversas oportunidades e, mais uma vez, tem a chance de se colocar como formador de opinião na pauta. A seu ver, se o Brasil não agir com celeridade poderá ficar na retaguarda, perdendo oportunidades de investimentos, crescimento, desenvolvimento e de condução de novos mercados, como a bioeconomia, economia verde e economia do carbono.