A safra nacional de grãos para 2021 espera novos recordes. Isso porque a estimativa de produção é de 268,3 milhões de toneladas de grãos, um aumento de 4,4% se comparado à safra de 2020. A soja e o milho deverão ser os grandes recordistas da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas no país, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Entretanto, o déficit de capacidade de armazenagem deve ultrapassar a barreira das 100 milhões de toneladas, de acordo com o estudo da Cogo Inteligência em Agronegócios, visto que a construção de silos é cara e tem um alto custo com energia.
Para driblar esses custos, a grande aposta é a energia solar. De acordo com a Associação Brasileira de Energia Solar (Absolar), o agronegócio está em terceiro lugar entre os setores que mais usam esse tipo de energia para geração de calor na secagem e armazenagem dos grãos.
O sistema das placas fotovoltaicas consiste em uma tecnologia simples, econômica e sustentável. “O retorno do investimento em energia solar no agronegócio gira em torno de 5 anos, considerando que a vida útil de um sistema fotovoltaico é de aproximadamente 25 anos. Logo, o proprietário tem uma rentabilidade do investimento muito mais atrativa para o seu negócio e pode melhorar a qualidade dos grãos” destaca Gabriel Guimarães, diretor e sócio da SolarVolt Energia.
Guimarães cita como exemplo o projeto para a Fazenda Produtiva, localizada em Patos de Minas/MG. O produtor da fazenda, Guilherme Severo, que cultiva anualmente 600 mil de sacos de milho e soja, explica que o fator determinante para o investimento nas placas fotovoltaicas foi o alto consumo de energia elétrica durante o processo de secagem dos grãos. “Eu não conhecia a força que a energia solar poderia trazer ao meu negócio. Hoje, consigo aumentar minha produção, agregar valor no momento da venda pela alta qualidade do grão e ainda economizar no processo”, destaca.
Ele ressalta que o investimento em energia solar ainda traz mais vantagens. Segundo ele, os produtores rurais que buscam gerar sua própria energia limpa, renovável e barata, contam com linhas de créditos e financiamentos. “Elas são oferecidas por bancos públicos e privados. E, muitas vezes, é possível pagar a parcela com a própria economia obtida na conta de luz, tornando a aquisição dos sistemas fotovoltaicos mais acessível para o consumidor” completa Guimarães.