Os produtos de limpeza e de higiene pessoal se tornaram alguns dos principais aliados no enfrentamento à pandemia. Com a alta procura, os preços nas prateleiras também subiram. A moradora de Santo Antônio do Leverger, Joalice Nascimento da Mota encontrou uma alternativa para ter um produto de qualidade, sem gastar muito e garantir uma renda extra: começou a produzir sabonetes caseiros, após uma capacitação.
Por meio do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Mato Grosso (Senar-MT) e do Sindicato Rural de seu município, ela concluiu o treinamento de Aproveitamento Integral do Babaçu, que a ensinou a produzir diversos subprodutos a partir da palmeira.
Pescadora, Joalice viu sua fonte de renda diminuir e precisou se readaptar ao momento de crise. “Comecei a vender meus sabonetes depois do treinamento e, hoje, também faço encomendas para o município de Cuiabá. É o que tem me ajudado financeiramente.”
Joalice conta ainda que pretende investir na produção, para que o retorno possa ser um pouco maior. “Todo processo faço manualmente, as máquinas ajudariam mais em questão de tempo e de rentabilidade, mas enquanto não tenho, sigo produzindo da maneira que dá.”
Segundo o instrutor credenciado junto ao Senar-MT, Aécio Ferreira de Portugal, há uma infinidade de produtos que possuem o babaçu como base. Mas, é por meio da semente que são produzidos os materiais de limpeza. “Da semente, a parte mais nobre, é produzido o óleo de babaçu que pode ser utilizado na fabricação de detergentes, lubrificantes, sabonetes, sabão, pasta de brilho e sabão em pasta.”
Mato Grosso conta com mais de 44 espécies de palmeiras, sendo o sexto estado com maior diversidade do país. O instrutor ainda lembra que mesmo o babaçu sendo uma matéria-prima de fácil acesso, o seu processamento requer conhecimentos. “O treinamento auxilia muito na fabricação dos produtos de forma correta. Com o aprendizado, os participantes podem vender esses produtos e garantir uma boa renda.”
Moradora da área rural do município de Colniza, Maria Nazaré Almeida conta que o treinamento foi fundamental para aprender as técnicas de produção. “Com o conhecimento do curso, aprendi a utilizar a palmeira do babaçu para muitas coisas, seja dentro de casa ou na manutenção da renda familiar com a venda dos produtos.”
Trabalhando desde 2016 com babaçu, Maria participa de um grupo de mulheres que produzem materiais a partir da palmeira. “Concentramos na produção do óleo e da farinha, mas produzimos também o sabão que utilizamos na limpeza de nossas casas e vendemos na região.”