O atraso do plantio da safra de soja 2020/21 e alongamento do ciclo das lavouras marcou várias regiões produtoras em estados como Paraná, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Segundo levantamento da consultoria AgRural, 35% da área de soja estava colhida até 4 de março, percentual muito abaixo do registrado no ano passado, de 49%.
O cenário impacta diretamente no cultivo de milho safrinha, cuja semeadura atingiu 54% da área prevista, contra 80% um ano atrás. “A preocupação agora passa a ser o atraso para o plantio de milho safrinha. Há uma grande preocupação com a perda da janela de zoneamento e possibilidade de lavouras serem prejudicadas por granizo ou geada no meio do ano, por exemplo”, analisa Fabio Damasceno, Diretor de Agronegócio da Fairfax Brasil.
Incertezas para o milho safrinha
Devido ao cenário atual, os produtores que conseguirem realizar o plantio do milho safrinha respeitando o zoneamento climático de sua região devem ficar ainda mais atentos. O atraso do plantio tende a deixar o cultivo mais arriscado. Torna-se ainda mais importante proteger o patrimônio do agricultor, mitigando os riscos climáticos do milho safrinha por meio da contratação de um seguro agrícola. “Estamos negociando o seguro agrícola para o milho safrinha desde dezembro do ano passado. O nosso posicionamento no mercado é de trazer produtos mais próximos da realidade do produtor rural e que façam sentido para ele proteger a produção”, diz Damasceno.
Os agricultores que perderem o período ideal de plantio do milho safrinha ficam inelegíveis à contratação de seguro rural, cujas regras exigem o respeito ao zoneamento climático. Nesse caso, é recomendável buscar alternativas para a segunda safra. O produtor que decidir investir em consórcio de milho-braquiária, por exemplo, contará com um zoneamento climático diferente e poderá assegurar a lavoura. Há também a recomendação de rotação com culturas de inverno.