Por Dorotéia Alves Ferreira* – As raízes das plantas são importantes para o desempenho de diversas funções relacionadas ao sistema solo e ao desenvolvimento da cultura. Quando falamos em soja, um importante aspecto deve ser considerado ao desenvolvimento radicular: a nodulação e a consequente Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN).
O sistema radicular bem desenvolvido demonstra o efeito na descompactação do solo, processo que é de extrema importância para a soja, pois promove o crescimento das raízes em volume e em profundidade, e aumenta a absorção de água e nutrientes. Quanto mais raízes, maior é o acesso da planta ao componente nutricional, devido ao aumento do ambiente de exploração, e mais liberação de exsudados radiculares para a conexão com a microbiologia do solo.
Bactérias do gênero Bradyrhizobium são inoculadas e se associam de forma simbiótica com as raízes das plantas de soja, formando os nódulos. Trata-se de uma interação mediada por compostos liberados no início do processo germinativo da soja, e posteriormente feito pelas raízes, que são colonizadas pelas bactérias e por meio de um complexo enzimático são capazes de transformar o nitrogênio atmosférico em uma forma assimilável pelas plantas.
Essa associação proporciona à agricultura brasileira uma economia em fertilizantes nitrogenados, os quais também podem ter efeitos negativos ao ambiente. Portanto, a associação com bactérias fixadoras de nitrogênio e raízes é uma tecnologia fundamental para a produção de soja no país.
A formação de nódulos para a FBN é beneficiada quando o ambiente se encontra equilibrado biologicamente devido a ativação da biodiversidade do solo, em ausência de compactação, resultando em boa aeração e proporcionando infiltração de água; e esteja com cobertura vegetal que dentre as várias funções mantém uma temperatura adequada a superfície do solo. Além destes fatores, o sistema radicular bem desenvolvido com certeza é primordial para a multiplicação e a manutenção das bactérias inoculadas, e consequentemente da nodulação e fixação biológica de nitrogênio.
(*) Dorotéia Alves Ferreira é Engenheira Agrônoma, Doutora em Solos e Nutrição de Plantas e Gerente de Produto da Fertiláqua