O tratamento de problemas sanitários de suínos com medicamentos administrados via ração pode representar um grande desafio de manejo, visto que o sucesso dessa técnica está diretamente ligado à ingestão dos produtos pelos animais doentes. “Embora a administração dos medicamentos via ração seja uma boa opção, sua eficácia pode ser comprometida, uma vez que os animais doentes tendem a diminuir o consumo de alimentos. Isso faz com que cada vez mais produtores e técnicos ofereçam tratamentos medicamentosos via água de bebida, já que seu consumo é pouco afetado pela doença”, explica o médico veterinário Paulo Bennemann, gerente técnico da área de suínos da Sanphar Saúde Animal.
“Os tratamentos via água de bebida trazem outros benefícios, como a flexibilidade de ser iniciado a qualquer momento e possibilidade de correção da dose do princípio ativo de acordo com o peso dos animais. Isso permite a utilização prudente dos antimicrobianos, não envolve a logística da fábrica de ração, que é mais complexa que a medicação via água, e evita problemas relacionados à contaminação cruzada de antimicrobianos”, detalha o técnico.
Entretanto, alguns cuidados são necessários para a adoção de tal método. Paulo Bennemann destaca que, para que o tratamento via água de bebida seja incorporado na rotina das granjas, é necessário a adequação de um sistema hidráulico para a medicação, ou seja: é preciso ter caixa d’água acessória ou sistema dosador de medicamentos. “É preciso, também, estar atentos à qualidade da água, que pode interferir na solubilidade e biodisponibilidade do princípio ativo – visto que águas duras ou com alto teor de matéria orgânica reduzem a eficiência da droga utilizada. Também é importante ter comprovação de solubilidade do antimicrobiano para que o tratamento seja efetivo”.