O brasileiro está comendo ovo como nunca, o que é motivo de comemoração. De acordo com projeções da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), o consumo per capita nacional deve alcançar neste ano 250 unidades, número 8,5% maior em relação ao ano passado. Em 2010, este índice era de 148 unidades.
Ricardo Santin, presidente da ABPA e do Instituto Ovos Brasil (IOB) ressalta que ao longo da última década, o brasileiro mudou seus hábitos alimentares – e o ovo foi um dos protagonistas deste processo. A preocupação com a saudabilidade dos alimentos ganhou força, ao mesmo tempo em que a população tinha informações mais claras sobre as qualidades do ovo.
“Hoje, graças ao empenho setorial por meio de instituições como o IOB, as entidades estaduais, órgãos de saúde e nutrição e outros, é de conhecimento público que o ovo é um alimento completo, recomendável a todas às faixas etárias. Essa ampla divulgação de atributos, após pesquisas que comprovaram a sua eficácia alimentar, impulsionaram o consumo e fizeram justiça a um alimento que é acessível e extremamente seguro”, avalia.
O ovo produzido no Brasil é, predominantemente, consumido no mercado interno. Das 53 bilhões de unidades que deverão ser produzidas este ano (quase 1,3 mil ovos por segundo), menos de 1% ganha o mercado internacional.
“O ovo exerce um papel estratégico na segurança alimentar e saúde pública do Brasil. É um alimento que marca presença nas mesas das famílias das diversas classes sociais. Porém, como qualquer outro produto, está sujeito às altas de custos de produção. É o quadro que enfrentamos hoje com o milho e a soja, em altas históricas. Em algumas praças, a alta comparativa com o ano anterior chega a 70%”, avalia.
Frente a este cenário que impacta não apenas o ovo, mas também a carne de frango e a carne suína, a ABPA solicitou ao Governo Federal, por meio da Câmara de Comercio Exterior (CAMEX), a suspensão temporária da Tarifa de Exportação Comum (TEC) para a importação de milho e de soja provenientes de nações externas ao Mercosul.
“Nossos insumos principais ainda são o milho e a soja do Brasil. Mas em tempos de forte exportação de grãos, como os atuais, precisamos de opções. É uma questão de segurança alimentar e controle inflacionário. Se nossos fornecedores têm as portas abertas para o exterior, é justo que tenhamos a mesma oportunidade. Em 2016, ano com as altas históricas dos grãos, houve a suspensão da TEC para o milho, além da intensificação de venda balcão para os produtores. Precisamos novamente da medida, já que os preços dos insumos estão se aproximando dos índices de quatro anos atrás”, conclui.