O confinamento de bovinos, técnica que objetiva acelerar a terminação dos animais no período da seca, e que envolve cerca de 5 milhões de cabeças/ano, atrasou em 2020. Segundo Antonio Coutinho, gerente de produtos de animais de produção da Vetoquinol Saúde Animal, esse foi mais um reflexo da pandemia, mas mesmo assim se mantém como uma importante prática para preparar os bois gordos para o abate. “A pecuária de corte dispõe de diferentes estratégias, mas, sem dúvida, o confinamento vem ganhando destaque, pois, bem manejados nutricional e sanitariamente, os animais ganham mais peso em curto espaço de tempo, o que proporciona mais lucratividade para os pecuaristas e melhor qualidade do produto final”.
Coutinho ressalta que o confinamento exige rígidos processos, incluindo mão de obra eficiente, rondas sanitárias periódicas e alimentação programada, entre outros. “São esses fatores em conjunto que proporcionam o sucesso do resultado final”. Ainda sobre o protocolo sanitário, o gerente de produtos da Vetoquinol explica que é de extrema importância estar atento a reservatórios limpos com volume de água adequado, cochos e placas revisados, cercas alinhadas, baias limpas e sem acúmulo de esterco e curral de manejo também limpo.
Outro fator importante é a prevenção e/o controle rápido e eficaz das doenças que normalmente acometem os animais no confinamento. “Fatores como estresse no transporte, adaptação à nova dieta, época seca, poeira e baixa umidade, status nutricional, manejo de castração e mochação, alta taxa de lotação e proximidade entre os animais favorecem o aparecimento das enfermidades respiratórias. Os pecuaristas devem estar atentos aos principais sintomas, como febre, baixa conversão alimentar, queda no ganho de peso, pelos arrepiados, secreções nasais e chanfro quente ou seco em fases mais críticas. O tratamento deve ser realizado com o uso de antibióticos de início e pico de ação rápido, proporcionando eficiência no tratamento e retorno rápido à produção”, recomenda Coutinho.
Recomenda-se também atenção ao protocolo de entrada dos animais no confinamento. “Eles já devem chegar preparados, ter passado por quarentena e pelo processo de vermifugação, já que entrarão em um sistema voltado para o rápido ganho de peso, que deve ser superior a 1,5 kg por dia. Caso os animais apresentem algum problema com vermes, deve ficar no pasto”, diz.