O papel da água no desenvolvimento dos animais vai muito além da hidratação. Sua qualidade impacta diretamente na quantidade ingerida, que por sua vez melhora o bem-estar animal e o consumo de ração. “Além disso, é comum utilizar este recurso para promover a saúde dos animais, sendo um veículo fundamental para fornecer aditivos como os ácidos orgânicos e, quando necessário, medicamentos e vacinas”, explica Andrea Silvestrim, gerente de programa Saúde Intestinal Suínos da Trouw Nutrition.
“Os leitões são vulneráveis por apresentarem o trato gastrointestinal imaturo nas primeiras semanas de vida, pois a flora intestinal ainda está em desenvolvimento. O pH no estômago deles é relativamente alto devido à pequena quantidade de HCL (ácido clorídrico) produzido nesta fase, proporcionando um ambiente ideal para o desenvolvimento de bactérias patógenas como E. coli e Salmonela sp., que podem causar disbioses, levando a problemas entéricos mais severos, como diarreias, desidratação e, até mesmo, a óbito”, esclarece.
Em um Estudo conduzido pelo Centro de Pesquisa Suína da Trouw Nutrition mostrou como a alta ingestão de água de matrizes gestantes resulta em leitões mais saudáveis, com maior peso ao nascer. Em um grupo, os animais receberam um blend de ácidos orgânicos livres e tamponados a partir do 80º dia de gestação; no outro, foi oferecida água potável normal, apenas testada para garantia de qualidade. O experimento foi feito em condições ideais de granja, com perda de peso corporal mínima.
“Mais de 50% das matrizes que recebem o aditivo apresentaram níveis de ingestão de água acima de 11,6 litros por dia. Por outro lado, 50% do grupo controle bebeu menos de 4,3 litros por dia, volume abaixo dos níveis recomendados. O reflexo do alto consumo foi observado em leitões com maior peso ao nascer”, aponta Andrea.
Os benefícios do uso de ácidos orgânicos são percebidos além da gestação. A perda de peso corporal de matrizes é um problema comum após a lactação, mas com o aumento do consumo de água a ingestão geral de ração aumentou 600 gramas por dia na segunda semana de lactação e 300 gramas por dia na terceira semana. A pesquisa reforça que o maior consumo de água durante a gestação reduz a constipação e facilita o processo do parto, além de diminuir significativamente o risco de infecções do trato urinário.