A demanda pela soja brasileira está mais alta neste ano, segundo levantamento da Consultoria DATAGRO. Em análises dos sete primeiros meses deste ano de 2020, em cinco deles o consumo (esmagamento e exportação) apresentou alta ante os mesmos meses de 2019. Além disso, os volumes neste ano também estão bem acima dos recordes da temporada de 2018.
Os avanços registrados ante o ano anterior e 2018 estão relacionados com crescimento no consumo mundial da soja e alguns de seus derivados, mesmo com possível recessão em 2020. “Enquanto a soja em grão na média nacional subiu 25% em 2020, o mercado de farelo de soja tem alta base São Paulo de 35%. E no mesmo período, também para São Paulo, o óleo teve alta de 18%”, afirma Flávio Roberto de França Junior, coordenador da DATAGRO Grãos.
No acumulado do ano, até julho, o consumo registra 98,05 milhões de toneladas da oleaginosa brasileira, 27% acima de 2019 (77 milhões de t) e 15% a mais que em 2018 (82,66 milhões de t). Nesse período, as exportações no Brasil totalizaram 70,72 milhões de t da oleaginosa e esmagamento estimado de 27,33 milhões de t. No acumulado do ano comercial, há um salto de 72,08 milhões de t de consumo para 93,76 milhões de t.
As exportações têm uma alta de 38% neste ano, ante janeiro a julho de 2019 (51,17 milhões de t), após recorde de 56,47 milhões de t em 2018, e o esmagamento, considerando amostra de 100% das indústrias do Brasil, avançou 6% no acumulado de janeiro a julho de 2020 ante 2019 (25,82 milhões de t) e também está acima das 26,19 milhões de t processadas no período em 2018.
“Acreditamos que o fluxo seguirá firme nos próximos meses, embora com tendência de perda de ritmo aos números analisados neste levantamento”, diz França. “Considerando que o ano foi marcado por avanço de 3% na produção, resultando em 3.981 mil t a mais de oferta total, acreditamos que o consumo total nessa temporada deve confirmar algo próximo de 6% de incremento, ritmo bem inferior ao avanço observado até o momento”, acrescenta.
Para todo o ano comercial, as estimativas da DATAGRO são de esmagamento de 44,50 milhões de t, 2% acima das 43,45 milhões do ano anterior, e as exportações têm previsão de um salto de 8% sobre o ano passado (73,44 milhões de t), para 79 milhões de t.