A nutrição de aves de postura influencia diretamente na formação, tamanho e qualidade dos ovos e, dependendo das matérias-primas e ingredientes utilizados na alimentação, pode-se fazer necessária a utilização de aditivos para melhorar tais aspectos. Segundo Laureano Galeazzi, gerente de produtos da Auster Nutrição Animal, a escolha dos aditivos depende dos parâmetros que o produtor acredita que devam ser melhorados, assim como pensar nos estágios de formação dos ovos. “Os aditivos podem ajudar na melhoria da qualidade da casca dos ovos e nos parâmetros de qualidade interna, como densidade da clara e estrutura da gema, e promover o enriquecimento dos ovos”, afirma.
Além disso, é importante analisar se há aves com infecções, que podem interferir na produção do ovo. “Alguns agentes infecciosos podem ter efeitos nocivos às células dos ovidutos e no metabolismo dos nutrientes, afetando diretamente a qualidade desses ovos. É o caso de infecções como o mycoplasma e a bronquite, que interferem na deposição de cálcio e, consequentemente, na formação das cascas. Já a presença de toxinas e micotoxinas de bactérias que afetam o fígado podem reduzir a digestão e absorção dos nutrientes, afetando a produção”, explica.
Segundo o técnico, alguns tipos de aditivos, quando usados de maneira contínua, ajudam na resposta imunológica e contribuem para proteção contra alguns patógenos. Entretanto, devido à infecção, é possível que as respostas desses aditivos sejam mascaradas, sendo necessário reforço na atenção à sanidade das aves.
Outro aspecto que pode interferir na qualidade dos ovos é a alimentação e a composição. Por isso, utilizar a quantidade de nutrientes necessários e assegurar a ingestão adequada são essenciais. “Algumas rações com ingredientes vegetais podem levar ao aparecimento de fungos produtores de micotoxinas, e o uso de aditivos pode combatê-las. Já as rações compostas por milho com baixo carotenóide podem gerar ovos com gemas pálidas. Dessa maneira, é recomendado o uso de aditivos pigmentantes, como as cantaxantinas ou carotenóides naturais”, destaca.
Entre os aditivos que podem colaborar na produção desses ovos, o especialista destaca aqueles com adição de enzimas, minerais e ácidos orgânicos. A ingestão das enzimas fitases auxilia na redução do desgaste energético e proteico das aves, gerando melhor aproveitamento nutricional e aumentando a absorção de minerais na gema. A enzima xilanase, por sua vez, é capaz de quebrar algumas fibras vegetais, o que melhora a disponibilização de energia contida nesses alimentos, reduz a viscosidade da dieta e ajuda na ação prebiótica, melhorando o funcionamento intestinal da ave, refletindo na qualidade de seus ovos.
“Outro tipo de aditivo é o do grupo dos ácidos orgânicos, destacando o butirato de sódio, que atua de maneira benéfica na microbiota intestinal e reduz a presença de bactérias patogênicas, melhorando a absorção de nutrientes e de minerais que serão depositados nas cascas dos ovos”, destaca.
De acordo com ele, alguns estudos também mostram os benefícios dos minerais orgânicos, como o zinco, que atua nas células epiteliais e glandulares, modulando a formação da membrana e da casca; manganês, cobre e selênio, que têm efeitos específicos sobre o oviduto refletindo na qualidade da casca e na qualidade interna dos ovos, bem como seu enriquecimento; e ferro, que tem efeito na pigmentação da casca com impacto direto em linhagens para ovos vermelhos.