O PIB chinês registrou alta de 3,2% no segundo trimestre, em relação ao mesmo período de 2019, de acordo com dados do governo local. Esse dado, aliado à alta de 2,7% das importações em junho, traça um cenário promissor para o agronegócio brasileiro, já embalado pela safra recorde de soja. Outro segmento beneficiado pela recuperação da economia chinesa é o de proteína animal. A China é hoje o maior mercado externo para as carnes brasileiras.
De acordo com Ernani Carvalho da Costa Neto, coordenador do Núcleo de Agronegócios da ESPM, o déficit local de proteínas deverá melhorar as projeções para os exportadores. “A peste suína ocorrida na China em 2019 dizimou cerca de 40% do rebanho local e esse déficit terá consequências no abastecimento interno que serão sentidas até, pelo menos, 2021. Esse cenário é uma boa oportunidade para os produtores brasileiros crescerem”, afirma.
Ainda segundo Carvalho, o potencial crescimento dos frigoríficos brasileiros dependerá da capacidade de adaptação às novas exigências sanitárias. “O cenário da pandemia já mudou muito a dinâmica de exportação de alimentos”, diz. “As exigências sanitárias tendem a ser cada vez maiores do que já são e os produtores nacionais devem estar preparados para isso, oferecendo produtos seguros e de qualidade.” O Brasil é sede dos dois maiores produtores de carne bovina do mundo — a JBS e a Marfrig Global Foods, que conta com 13 unidades habilitadas para a exportação para a China na América do Sul.