O resultado preliminar do estudo “Híbridos de Milho Suscetíveis a “Nematoides”, que faz parte dos projetos de pesquisa financiado pelo Programa Agrocientista da Associação dos produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), indica que para diminuir as perdas em soja nas áreas infestadas é recomendado que o produtor utilize na rotação ou sucessão com a soja, genótipos de milho resistentes ou, pelo menos, moderadamente resistentes ao Meloidogyne incógnita, Meloidogyne javanica e ao Pratylenchus brachyurus.
O coordenador da Comissão de Sustentabilidade da Aprosoja, Fernando Ferri, afirma que esse é mais um estudo importante financiado pelo Agrocientista que traz resultado para auxiliar o produtor rural. “Agora com os dados dos testes de multiplicação nematoides do milho em mãos, o produtor poderá avaliar qual híbrido poderá comprar para próxima safra que não vai deixar desiquilibrar seu sistema de plantio. Por isso investimos em pesquisas como esta que traz os principais materiais plantados no ano passado e esse trabalho vamos continuar fazendo. Preste muita atenção, produtor! E acompanhe se o material que está querendo comprar não é um multiplicador de nematoide”, alertou.
A pesquisa sobre o manejo de nematoides, observados a caracterização da reação de híbridos e de cultivares de milho, comumente utilizados em rotação com a soja em Mato Grosso, é desenvolvida pela Embrapa Soja, por meio dos pesquisadores Rafael Soares e Waldir Dias.
Nesta etapa foram coletadas em diversos municípios do Estado, 26 híbridos diferentes. “Os resultados mostraram que existem boas opções de milhos resistentes e moderadamente resistentes, principalmente ao Meloidogyne incógnita, Meloidogyne javanica e também ao Pratylenchus brachyurus, embora que para esses dois últimos as opções sejam menores devido a dificuldade de controle deles”, ressaltou o pesquisador Rafael Soares.
O pesquisador também orienta que, caso o produtor tenha áreas identificadas com ocorrência desses nematoides, é importante priorizar o uso desses milhos apontados no estudo nessas áreas. “Essa é uma informação muito útil ao agricultor porque o manejo de nematoides não é fácil e deve ser feito através de um conjunto de medidas, entre elas o uso de cultivares resistentes e a rotação de culturas adequadas. Então usar um milho que multiplique menos nematoide no solo pode favorecer a soja semeada na sequência”, explanou.
Os nematoides de galha e das lesões radiculares estão espalhados pelos campos do Brasil, causando problemas nas lavouras de soja e prejuízos ao produtor rural. A pesquisa continua e já coletou mais 37 materiais de milho que estão sendo testados pela Embrapa Soja e devem ter os resultados divulgados nos próximos meses. “A pesquisa ainda está em andamento, mas já podemos adiantar esses resultados do primeiro lote de teste aos nematoides de galha e das lesões radiculares no milho”, frisou a gerente de Sustentabilidade da Aprosoja, Marlene Lima.
Ainda conforme a gerente, o Agrocientista acontece há mais de 10 anos e proporciona investimentos em projetos científicos que visam melhorar a produção e a produtividade de soja e milho, em Mato Grosso. “Ao longo desse tempo essa iniciativa trouxe vários resultados, favorecendo a aplicação de novas tecnologias, inovação, ajudando o produtor rural na tomada de decisão, proporcionando uma agricultura sempre alicerçada em pesquisa e sustentabilidade”, destacou Marlene.