O Brasil é um dos maiores exportadores de carne bovina e, por isso, a pecuária tem grande relevância na economia. Para Waldssimiller Teixeira Mattos, pesquisador do Instituto de Zootecnia SAA/SP, a pastagem necessita ser valorizada e tratada como uma cultura de importância, assim como outras como milho, café ou batata. A quantidade de gramínea disponível na pecuária é imensa e cada uma pertence a um gênero e espécie, e possui uma exigência e uma maneira diferente de se desenvolver.
Assim como em outras culturas, quando o produtor deseja implantar uma pastagem é necessário conhecer o ambiente, a condição climática local, o índice pluvial e de temperatura, a possibilidade de geada e a ocorrência de pragas.
Em relação ao solo, precisa avaliar a profundidade, a estrutura e a textura do solo, topografia, susceptibilidade a erosão, culturas de coberturas anteriores, possibilidade e duração de encharcamento. O ideal é que o agricultor faça uma amostragem do solo para saber quais as condições e determinar quais nutrientes estão em falta e a necessidade de calcário para correção de acidez e o uso de fertilizantes, além de tomar algumas decisões sobre o que implantar, qual cultivar escolher e qual a finalidade do pasto em questão.
Segundo o pesquisador, o objetivo maior da pastagem é produzir a maior quantidade possível de forragem. O produtor deve se atentar a fertilidade e a nutrição, se não a pastagem entra em degradação nutricional e física de solo, um dos grandes problemas do país.
O uso de bioestimulantes em pastagens, cada vez mais comum, tem o objetivo de potencializar a produção. Bioestimulantes são produtos ou substâncias que estimulam processos naturais do vegetal como absorção de nutrientes e tolerância a estresses abióticos.
Um sistema muito utilizado no Brasil é a rotação de pastagem com bovino de corte. Mattos dá uma dica importante para o produtor para que a planta chegue ao período seco em melhores condições. “Tem que usar uma estratégia de adubação. Um pouco menor durante as águas e, quando estiver no final deste período, aumentar o nível de adubação. Assim, quando iniciar o período de seca, ainda há umidade no solo e irá produzir por mais um pouco de tempo. Se o pico da seca for em agosto ou setembro, quando voltar a chuva, a planta vai se recuperar mais rápido”.
No caso do manejo no período chuvoso, o uso do bioestimulante aumenta a superfície e a massa radicular, visando obter uma pastagem bem formada e no futuro maior volume de matéria seca e enraizamento.
“Nutrientes como nitrogênio, fósforo, enxofre e potássio são imprescindíveis para uma boa pastagem e necessitam ser repostos, uma vez que gramíneas extraem grande quantidade de nutrientes. O melhor caminho é por meio, novamente, dos bioestimulantes”, esclarece Mattos.