Com a retomada das atividades no continente europeu, os produtores brasileiros de frutas esperam que a demanda por exportações se aproxime do ritmo normal nas próximas semanas.
É o que mostra o boletim semanal da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), que traz o comportamento dos preços e da produção de algumas culturas no período de 22 a 26 de junho.
Segundo a publicação, nas três primeiras semanas deste mês, houve redução de 25% em valor e 17% no volume de exportações totais de frutas na comparação com o mesmo período de 2019. O mamão encontra-se entre as frutas mais afetadas pela redução dos voos comerciais.
O Sistema CNA/Senar tem boas expectativas na comercialização de alimentos no projeto Feira Segura, que já ocorreu em vários estados e agora será realizado no Distrito Federal. O evento tem o objetivo de ajudar produtores a comercializar sua produção durante a pandemia fornecendo produtos frescos. Em cumprimento às normas de saúde e segurança, a venda será feita na modalidade drive thru.
A comercialização de flores de vaso deve se recuperar com a reabertura dos centros de comercialização nas principais capitais do país. Já as vendas de flores de corte ainda enfrentam demanda restrita e representam 40% do total antes da pandemia.
O boletim também traz a preocupação do setor agroindustrial em Mato Grosso diante da pandemia, que pode prejudicar a logística de exportação de grãos.
Flores e plantas ornamentais
O setor de flores de vaso deve recuperar as vendas com a reabertura dos centros de comercialização nas principais capitais. Mas o segmento de flores de corte continua com a demanda restrita aos clientes de floriculturas e garden centers e as vendas atualmente respondem por 40% do volume comercializado antes da pandemia.
Frutas e Hortaliças
No dia 27 de junho acontece, pela primeira vez no Distrito Federal, o projeto Feira Segura. A iniciativa, que visa à manutenção do fornecimento de alimentos frescos com segurança aos trabalhadores e clientes, ocorrerá exclusivamente na modalidade drive thru. O Sistema CNA/Senar espera a participação de mais de 30 produtores.
Quanto ao mercado internacional, com a retomada das atividades no continente europeu os produtores brasileiros de frutas esperam que a demanda se aproxime da normalidade nas próximas semanas.
O Brasil registrou uma redução de 25% no valor e 17% no volume de exportação de frutas nas três primeiras semanas de junho em relação ao mesmo período de 2019. O mamão encontra-se entre as frutas mais afetadas pela redução dos voos comerciais. Aviões cargueiros têm sido utilizados no frete retorno por alguns exportadores, o que tem amenizado o problema, apesar de seu custo superior.
Diante do inverno e da demanda já restrita pela crise, os produtores de hortaliças folhosas continuam no processo de redução de área, que tem garantido uma sustentação dos preços.
Outras hortaliças registram redução de preço ao longo do mês, atrelada ao comportamento sazonal de produção, ao passo que a demanda tem se sustentado em baixa. No caso da cenoura, produtores vivenciam preços baixos em decorrência da pandemia e temem margens negativas, pois a produção da safra de inverno ainda não entrou no mercado e pode intensificar a desvalorização.
Já os produtores de cebola lidam com a redução dos preços no mercado nacional devido à intensificação da colheita no Vale do São Francisco (BA/PE), Irecê (BA) e em Cristalina (GO). Com a maior oferta nacional, a importação da Argentina, que já estava limitada pelas medidas de contenção do país vizinho, praticamente finalizou.
A CNA continua mapeando as medidas que os produtores rurais estão tomando para superar a crise econômica e os impactos que ela tem causado no setor de frutas e hortaliças. Como mais uma iniciativa, está apoiando a pesquisa da revista Hortifruti Brasil do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), que trata dessas questões. Para participar, o produtor deve preencher o formulário clicando aqui (link).
Café
As atividades da colheita de café da safra 2020/2021 seguem sem grandes impactos em decorrência da pandemia da Covid-19. A Cooxupé, maior cooperativa de cafeicultores do Brasil, divulgou que a colheita já avançou 30% no Sul de Minas Gerais, seguida pelas regiões produtoras de São Paulo (22%) e Cerrado mineiro (11%). O comportamento está sendo similar ao observado em anos de bienalidade positiva da cultura como o atual.
Aves e suínos
Com o balanço entre oferta e demanda equilibrado, o preço do frango vivo no mercado de São Paulo permaneceu estável a R$3,60/kg, assim como em Minas Gerais (R$3,70/kg). De forma geral, a demanda por carne de frango teve um aumento nas últimas semanas e as integradoras noticiaram que conseguiram diminuir os estoques. A paralisação de algumas plantas frigoríficas pelo Ministério Público do Trabalho tem sido pontual e não tem afetado a produção de forma geral.
Já no mercado da suinocultura independente, após semanas seguidas de altas representativas, os preços permaneceram estáveis nas bolsas de Santa Catarina, São Paulo e Minas Gerais, e com discretas altas no Paraná (+1,2%) e Rio Grande do Sul (+0,5%). Isso se explica, principalmente, pela diminuição do consumo de embutidos por parte da população que migrou para a carne de frango.
Lácteos
Após atuação do setor contra os baixos preços do leite aos produtores de Rondônia, foi aprovada uma lei estadual que obriga os laticínios a aderirem ao Conseleite. As empresas que não aderirem terão seus incentivos e benefícios fiscais suspensos.
Já quanto aos demais Conseleites, o índice de preço do leite pago aos produtores no mês de julho aponta um aumento médio de 12,9%, sendo que o Paraná se destacou com uma variação de +18,3%. A valorização reflete a alta demanda por produtos lácteos nas últimas semanas.
Em relação ao consumo, os produtos lácteos continuam valorizados. Os preços negociados em São Paulo seguem aquecidos, tanto para o queijo muçarela como para o leite UHT, reflexo da reabertura dos canais de venda e da liberação do auxílio do governo, somado ao baixo estoque dos produtos.
Boi Gordo
Os preços no mercado interno seguem em alta, com a @ sendo negociada em média a R$215/@ em São Paulo e R$186,90/@ no Mato Grosso. A oferta restrita de animais gordos continua fazendo com que os frigoríficos paguem maiores valores para conseguir animais para manter as operações.
As exportações continuam aquecidas, o que aumenta a demanda por animais prontos para o abate. Frente a isso, pecuaristas já registram negócios ocorrendo na faixa de R$220/@.
No mercado doméstico observa-se mais uma movimentação nos preços ao consumidor, com nova valorização dos cortes de dianteiro. A carcaça casada já é comercializada a R$14,25/Kg, 4% acima da média do mês anterior.
Quanto aos efeitos da pandemia, os principais frigoríficos têm assinado declarações de que suas cargas são livres de Covid-19, permanecendo habilitados para exportação. Enquanto as plantas frigoríficas atuam para se manter operacionais, o Ministério Público do Trabalho de Rondônia voltou a fechar o JBS de São Miguel do Guaporé até que a empresa cumpra com todas as obrigações para impedir a disseminação do novo coronavírus.
Em relação à campanha de vacinação contra a febre aftosa, os estados do Nordeste estenderam o prazo para executar a vacinação até o dia 31 de julho.
Pescado
O Sindirações divulgou relatório que aponta que a produção de rações para organismos aquáticos cresceu 6,4% no primeiro trimestre do ano. Este resultado reflete o recorde no povoamento de tilápias, em especial nas cooperativas no Paraná, que aumentaram a capacidade de abate para suprir a demanda em alta do consumidor brasileiro por pescado, em especial por filés brancos. Já a produção de ração para camarão sofreu forte retração no período, causada pela diminuição do povoamento durante a pandemia.