A produção brasileira de melão mantém-se estável nos últimos 10 anos, sem crescimento expressivo. A área cultivada é aproximadamente de 24 mil hectares, com produção estimada em 582 mil toneladas anuais. “Em 2020, esperava-se incremento importante de exportações para a China. A expectativa era vender 25% a mais do que as atuais 250 mil toneladas. Mas possivelmente esta previsão tenha um resultado diferente, por conta de algumas limitações impostas pela situação em que estamos passando com a COVID-19”, informa Coutinho, Diretor de Inovação da BRANDT.
De acordo com ele, problemas de logística dentro da China também impactaram negativamente as exportações. “Mesmo diante das dificuldades, os produtores trabalham para colocar a fruta no mercado interno, especialmente nas regiões de maior consumo, como o Sudeste”.
O Nordeste produz 90% do melão brasileiro. O Rio Grande do Norte lidera, com 338.615 t, seguido pelo Ceará, com 85.219 t. A fruta enfrenta adversidades frequentes. Nas propriedades, as doenças e pragas representam as maiores dificuldades. A doença cancro-das-hastes e a praga mosca branca são as principais inimigas. Externamente, problemas de logística e baixo consumo do continente europeu, pressionam a cultura do melão.
“Para o controle destas pragas e doenças, os produtores contam com defensivos agrícolas, cujos preços também estão afetados pela alta do dólar”, diz Antonio Coutinho.
O meloeiro é uma planta de ciclo curto (65-75 dias) e a cultura é de rápido retorno de capital. O consumo per capita no Brasil é de 56 kg/ano, enquanto nos países de Primeiro Mundo aproxima-se de 120 kg/ano, segundo a Confederação Nacional da Agricultura (CNA). “Provavelmente, o baixo consumo no país está relacionado à renda, mas também trata-se de uma questão de hábito, pois algumas frutas importadas e caras encontram o seu espaço no mercado nacional”, assinala.
Um dos maiores desafios dos fruticultores é a redução dos custos de produção, que variam de R$ 19 mil a R$ 21 mil por hectare. Para Coutinho, a solução para amortecer os elevados custos é o aumento de produtividade e da qualidade de frutas, aumentando o índice de frutos aprovados para exportação. “Não basta produzir em quantidade. Também é preciso reduzir o percentual de frutos descartados para o mercado internacional, que paga mais”.