As matrizes e reprodutores de tilápia, assim como algumas espécies de peixes ornamentais do Campo Experimental da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG), em Leopoldina, já estão recebendo cuidados específicos para a chegada do período reprodutivo. As ações auxiliam na produção de uma maior quantidade de alevinos fortes e resistentes a doenças.
A Zona da Mata Mineira é responsável por cerca de 70% da produção nacional de peixes ornamentais. A atividade se popularizou como uma alternativa de renda para famílias de áreas rurais. Já a tilápia, é o peixe de água doce mais produzido no Brasil e um dos mais consumidos pela população. A criação é voltada para o corte – alimentação, ou para piscicultores de recria que buscam engordar o peixe e vender aos produtores em tanques-rede.
Desde 2010, a EPAMIG atua na produção de alevinos. A estação de piscicultura em Leopoldina funciona como unidade modelo para pesquisas e produção. No local os pesquisadores da EPAMIG desenvolvem estratégias de manejo para que os peixes estejam aptos ao período reprodutivo. Uma dessas ações consiste no estímulo do consumo de ração, principalmente em tempos frios nos quais o metabolismo do peixe está mais lento. O objetivo da ação é o acumulo de reservas energéticas.
“O período reprodutivo é quando acontece maior gasto energético para as matrizes e reprodutores, e também quando tanto os ovários como os testículos se desenvolvem e se apresentam prontos para a reprodução. Se for feita uma boa nutrição, isso irá se converter em maior produção de alevinos que, consequentemente, serão mais resistentes a doenças. Essa é a importância do preparo”, explica o pesquisador Alexmiliano Vogel de Oliviera.
Para as tilápias, o manejo é iniciado no período frio que antecede o período reprodutivo, que vai de meados de agosto até meados de abril. No caso das carpas coloridas e kinguios, espécies de peixes ornamentais do Campo Experimental da EPAMIG, em Leopoldina, as ações são iniciadas no final do verão e inicio do outono, já que o período reprodutivo vai de maio a setembro.
A manutenção das instalações em que se encontram os peixes, também é uma ação importante. “Verificamos se há presença de peixes predadores nos viveiros, se existe a proteção com telas e redes no sistema de abastecimento e de saída de água da piscicultura, se temos quantidade suficiente de água para o preparo de vários viveiros que irão receber os peixinhos, além de verificar a necessidade de reparos. Deixamos a piscicultura roçada, o que faz com que possíveis predadores fiquem visíveis. Limpamos todos os utensílios e os guardamos de forma correta, além de deixarmos nosso maquinário regulado. Enfim, tudo pronto para que o período reprodutivo seja iniciado”, ressalta Alexmiliano.
Após a reprodução das tilápias, os alevinos produzidos vão para a reversão. Nessa fase é induzida a produção de alevinos machos, os quais despertam maior interesse do produtor por seu crescimento acelerado. Além disso, os produtores não precisam se preocupar com superpopulação de seus viveiros, pois o número de fêmeas que vão junto desses alevinos é insignificante. Todo esse processo dura 30 dias, logo após o nascimento.
Para os peixes ornamentais, não é necessário esse processo, pois os criadores estão mais interessados na coloração do que na velocidade de crescimento. Porém, existe um tamanho mínimo para venda, e para que os peixes o atinjam são necessários 60 dias após o nascimento.
Os interessados na compra de alevinos produzidos no Campo Experimental da EPAMIG, devem entrar em contato pelo telefone: (32) 3441-2330.