Os resultados do segundo ano de colheita das Unidades Demonstrativas de Café em propriedades do Cerrado Mineiro já foram divulgados. As unidades integram um projeto desenvolvido pela parceria entre a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG), Federação dos Cafeicultores do Cerrado e Fundaccer para identificar as variedades mais adequadas e produtivas para diferentes condições de clima, solo e altitude da macrorregião.
O trabalho conta com experimentos implantados em 25 propriedades, de 12 municípios da região, além de uma unidade no Campo Experimental da EPAMIG em Patrocínio. Nesta rodada foram demonstrados os resultados de cinco unidades localizadas nos municípios de Patrocínio (2), Monte Carmelo (1), Campos Altos (1) e Varjão de Minas (1). Os dados correspondem à produtividade estimada do biênio 2019/2020 (a colheita deste ano ainda não foi finalizada) e à análise sensorial da bebida produzida em 2019.
Além de demonstrarem os resultados das 12 cultivares testadas em cada propriedade, os pesquisadores da EPAMIG e os parceiros no projeto falaram sobre condições de altitude, espaçamento entre plantas e adoção ou não de irrigação. Os proprietários das unidades participaram com depoimentos em vídeo, nos quais destacaram os tratos culturais empregados e as impressões já registradas.
“Sobre as variedades que foram implantadas, a Topázio eu já conhecia e está indo muito bem. Duas estão me surpreendendo tanto pela produtividade, quanto pela bebida, a Catiguá MG2 e, especialmente, a MGS Paraíso 2. Se eu fosse plantar uma hoje, eu já plantaria Paraíso 2”, contou o cafeicultor Alessandro Brandão. Na propriedade dele, a Fazenda Duas Pontes, em Patrocínio, a uma altitude de 880 metros e com irrigação por gotejo superficial, a produtividade da Paraíso 2 foi de 104,7 sacas por hectare no biênio 2019/2020 e nota sensorial foi 87,2 na escala SCAA (Specialty Coffee Association).
A cultivar MGS Paraíso 2 também foi a mais produtiva do biênio na Fazenda Congonhas em Patrocínio (79,4 sacas por hectare), com altitude de 940 metros e irrigação por gotejo. E na Fazenda Espigão do Palmital, em Campos Altos, onde a lavoura, a 1050 metros de altitude, não é irrigada. Na Fazenda Londrina, no município de Monte Carmelo, altitude 1040m, irrigação por gotejo, a cultivar MGS Aranãs, obteve a maior produtividade no biênio. Já na Fazenda São João em Varjão de Minas, a melhor média do biênio foi da cultivar Topázio.
No segundo semestre será realizada a avaliação sensorial das amostras referentes à safra atual. O projeto prevê acompanhamento das colheitas de 2021 e 2022. A ideia é que após a colheita de dois biênios, seja disponibilizado um software com os dados coletados para facilitar a escolha de variedades produtivas e com alto padrão de bebida para cada macrorregião do Cerrado.
Foto: Erasmo Pereira – EPAMIG