A quantidade de cana processada no Centro-Sul atingiu 42,21 milhões de toneladas na segunda quinzena de maio. O resultado é 4,74% inferior às 44,30 milhões registradas no mesmo período de 2019. No acumulado da safra 2020/2021 até 1 de junho, a moagem alcançou 144,82 milhões de toneladas, contra 128,97 milhões contabilizadas em igual período do ciclo anterior – crescimento de 12,29%.
A qualidade da matéria-prima processada na segunda quinzena de maio, mensurada a partir da concentração de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR), atingiu 133,78 kg por tonelada em 2020 contra 125,61 kg verificados na mesma quinzena do último ano. No acumulado até 1 de junho deste ano, o indicador de qualidade alcançou 126,57 kg de ATR por tonelada de cana-de-açúcar – 6,68% superior ao valor apurado na safra 2019/2020.
Em relação ao número de usinas em operação, 245 unidades estavam em operação até dia 1 de junho, ante 248 unidades industriais em igual data do último ano. Para a primeira quinzena de junho, a expectativa é de que 13 empresas iniciem o processamento na safra 2020/2021.
Produção de açúcar e etanol
A produção de açúcar registrou crescimento de 36,19% na segunda metade de maio, totalizando 2,55 milhões de toneladas, contra 1,87 milhão de toneladas produzidas no último ano. No acumulado desde o início da safra 2020/2021 até 1º de junho, o aumento na produção da commodity alcançou 65,10%, somando 8,02 milhões de toneladas.
“As condições de preço, a baixa demanda por etanol, a maior procura pelo açúcar brasileiro e a melhor qualidade da matéria-prima colhida permitiram uma intensificação na produção de açúcar, que atingiu 55,38 kg de açúcar por tonelada de cana nesta safra contra um índice de 37,66kg no mesmo período da safra passada”, lembrou o diretor técnico da UNICA, Antonio de Padua Rodrigues.
De fato, as vendas de açúcar pelas unidades do Centro-Sul aumentaram significativamente nesta safra. No acumulado desde o início de abril até 1º de junho deste ano, a quantidade comercializada domesticamente somou 1,40 milhão de toneladas, com aumento de 4,38% sobre o montante apurado em igual período do último ciclo. O crescimento nas vendas de açúcar direcionado ao mercado externo atingiu expressivos 65,60%, com 3,85 milhões de toneladas destinadas à exportação no período.
Nesse cenário, a proporção de cana direcionada à produção do adoçante alcançou 45,92% desde o início da safra até 1º de junho, contra apenas 33,31% registrados na mesma data de 2019.
A produção de etanol, por sua vez, totalizou 1,81 bilhão de litros na segunda quinzena de maio, contra 2,17 bilhões fabricados em igual período do ciclo 2019/2020. Do total produzido neste ciclo agrícola, o hidratado atingiu 1,26 bilhão de litros e o anidro somou 550,94 milhões de litros.
O volume de produção acumulado desde o início da safra 2020/2021 até 1º de junho totalizou 6,20 bilhões de litros, praticamente o mesmo valor registrado em igual período do ciclo anterior (6,22 bilhões de litros).
“Apesar da maior produção de açúcar, o avanço na moagem e a melhor qualidade da cana-de-açúcar colhida permitiram a manutenção da mesma produção de etanol”, esclarece Rodrigues.
Do total produzido na segunda quinzena de maio deste ano, o etanol fabricado a partir de milho foi responsável por 57,37 milhões de litros. No acumulado desde o início da safra até 1º de junho, foram fabricados 350,76 milhões de litros de etanol, registrando crescimento de 72,64% em relação ao volume produzido em igual período do ano passado.
Vendas de etanol
O volume total de etanol comercializado pelas unidades produtoras do Centro-Sul no mercado doméstico atingiu 2,04 bilhões de litros em maio, com queda de 29,43% na comparação com o valor registrado em igual período de 2019.
Desse total, as vendas de hidratado ao mercado doméstico somaram 1,45 bilhão de litros no mês (queda de 30,36%) e as de anidro atingiram 588,45 milhões de litros, com retração de 27,05% na comparação com o mesmo período de 2019.
“Apesar da atratividade econômica do etanol nos principais estados consumidores, as vendas continuam aquém dos volumes registrados em 2019 em função das medidas de isolamento associadas à pandemia”, acrescenta Rodrigues.
No acumulado desde o início da safra 2020/2021 até 1º de junho, as vendas de etanol pelas unidades produtoras do Centro-Sul acumularam retração de 28,27%, somando 3,97 bilhões de litros. Desse total, 218,07 milhões de litros foram destinados à exportação e 3,75 bilhões ao mercado interno.
Por fim, chama atenção o avanço das vendas de etanol não carburante direcionado ao mercado interno. Apesar da baixa representatividade no volume total comercializado pelas empresas, as vendas de etanol outros fins apresentaram crescimento acumulado de 86,57%, atingindo 242,16 milhões de litros vendidos desde o início do ciclo 2020/2021 até 1º de junho.