O primeiro quadrimestre de 2020 apresentou resultado financeiro positivo para os produtores de soja do Brasil, segundo os principais indicadores levantados pela Consultoria DATAGRO, e ficou parcialmente semelhante ao que foi observado no mesmo período do ano anterior. O levantamento analisou os preços médios praticados, a lucratividade bruta e a rentabilidade obtida pelos sojicultores.
Até o momento, a média dos preços da soja no período analisado no Brasil está até 23% acima dos excelentes resultados observados em igual momento de 2019, inclusive com recordes. Passo Fundo (RS), por exemplo, registrou média de R$ 90,05 por saca de 60 kg no quadrimestre. No comparativo feito em dólares, há variação de +1 a -3% entre as médias de 2020 das praças verificadas sobre o último ano.
“Até este momento, as cotações garantem resultados positivos de renda a grande parte dos produtores. Exceção feita aos produtores que tiveram perdas com o clima, com destaque negativo para os estados de Santa Catarina e, especialmente, Rio Grande do Sul. Como os preços vêm evoluindo para cima de forma gradativa e quase linear, o fluxo de comercialização também vem avançando nesse ritmo, com os produtores aproveitando bem a cada pico de preços observado”, afirma Flávio Roberto de França Junior, coordenador da DATAGRO Grãos.
Nas análises de lucratividade, que medem a relação bruta entre a receita média obtida e o custo de produção, a parcial do ano mostra que os produtores brasileiros também mantêm cenário positivo pelo décimo quarto ano consecutivo, com resultados até melhores do que em 2019. A maioria dos estados apresentou melhora da produtividade média em relação à safra passada. No Oeste do Paraná, a lucratividade bruta parcial é de 48% ante 33% em 2018/19.
A terceira variável é de rentabilidade financeira, que considera a soja como opção de investimento. Ela também apresenta desempenho positivo e estimulante ao cultivo da soja na parcial do quadrimestre. Entre janeiro e abril de 2020, a soja no mercado físico teve rentabilidade média de 9,38%, já descontada a inflação de -0,20% (índice IPC da Fipe). No mesmo período, em 2019, a média brasileira estava em -6,85%.
“Com exceção do Ibovespa, todos os investimentos tiveram evoluções no desempenho sobre igual período do ano passado”, ressalta França. O Ibovespa no período acumula perdas de 30,52% na B3, o dólar comercial ganhos de 35,39% e a poupança tem alta de 0,78%.