A pandemia do coronavírus levou o setor varejista a olhar com cuidado para os seus parceiros, fornecedores, distribuidores e principalmente, mapear as mudanças de comportamento do consumidor, que mudou seus hábitos e introduziu novos canais digitais, produtos e serviços em todas as categorias.
A PMA (Produce Marketing Association), que representa a indústria de flores, frutas, legumes e verduras em 55 países, realiza pesquisa de opinião do consumidor para fornecer informações sobre como a pandemia do COVID-19 está afetando as tendências de compras de produtos frescos (frutas, flores, legumes e verduras) para os consumidores no Brasil, Estados Unidos, Reino Unido e China.
No Brasil, desde abril, 500 consumidores de diversas faixas etárias, regiões demográficas e classes econômicas são entrevistados quinzenalmente. Os resultados das três ondas das pesquisas foram apresentados e comentados no webinar da PMA Talks Brasil pelo produtor Alex Gordon Lee (Rio Bonito Orgânicos) e o varejista Luiz Roberto Baruzzi (Rede São Paulo de Supermercados), ambos também integrantes do Conselho da PMA no Brasil.
“O cenário mostra que 80% dos entrevistados estão preocupados com a segurança dos produtos frescos, 71% estão prestando mais atenção no prazo de validade, 59% acham mais provável comprar produtos frescos se vierem em embalagens fechadas e 57% estão comprando mais frutas e verduras depois que começou a pandemia. Vivenciamos isso diariamente no varejo e estamos seguindo a exigência do consumidor. A pesquisa mostra que mesmo com a preocupação om segurança dos alimentos, o consumidor aumentou a compra de frutas, legumes e verduras com certeza para melhorar a alimentação e por estar cozinhando em casa”, conclui Luiz Roberto Baruzzi.
As pessoas começam a se adaptar ao essencial, ao poder aquisitivo e aos locais de compra. Os supermercados precisam oferecer confiança ao consumidor e o sortimento deve ser bem estudado para atender toda a indústria de flores e hortifrutis.
“Somos mais essenciais do que imaginávamos”, diz o produtor Alex Lee. “Garantimos a produção, a distribuição, investimos em segurança da manipulação até o ponto de venda. As pessoas estão preocupadas com o que comem e até o número de consultas de receitas cresceu usando legumes e verduras. Imagine que até bacon de cenoura existe!
E o que devemos fazer? Quais os próximos passos?
Primeiramente, manter a calma porque os números são positivos se comparados com outros segmentos, os preços estão estabilizados. O abastecimento está garantido, mas é importantíssimo estimular os produtores para a implementação de ações de mitigação de riscos de infecção nos trabalhadores rurais. Se não for possível colher com segurança, o problema será muito maior.
O consumo deve se manter estável e o varejo está se adaptando às mudanças de consumo, oferecendo frutas da época e campanhas ensinando receitas. “Um dos grandes desafios do varejo é comprar o que o consumidor quer. Está imprevisível saber o que o consumidor quer e quanto ele pode gastar. O mix de produtos deve ser bem analisado porque o cliente quer produtos saudáveis, como açafrão, gengibre, inhame, tomate e citrus. Supermercadistas também deve ter sortimento de Flores e investir em Campanhas e celebrações. Considerando a relevância do canal varejo (mesmo antes da Pandemia) educar o consumidor sobre os benefícios de ter flores em casa, dar flores como presente é essencial para a manutenção desse setor.
Os meios digitais e mídias sociais são grandes ferramentas de apoio na propagação de mensagens positivas: desde engajamento social, manipulação, conservação e limpeza dos alimentos até o preparo com receitas. Para se ter uma noção nas buscas do Google aqui no Brasil, termos como “Frutas com Vitamina D”, “Sucos Imunindade “e “Alimentos Imunidade” apresentaram aumentos entre fevereiro e maio/20 de 350%, 150% e 130% respectivamente.