A mosca-do-chifre (Haematobia irritans) é um ectoparasita que ataca bovinos e suga o sangue de 15 a 40 vezes por dia. Ela se posiciona em áreas onde o animal tem dificuldade de alcançar, como abdômen e dorso, causando irritação e desconforto. “A infestação pela mosca-do-chifre é mais comum em períodos quentes e úmidos do ano. Como sua multiplicação é rápida, é comum que ocorram surtos nas propriedades”, explica Guilherme Moura, gerente de serviços veterinários da unidade de grandes animais da Vetoquinol.
As fezes frescas dos bovinos são o local de proliferação da mosca-do-chifre. As fêmeas deixam seus ovos no bolo fecal e em 24 horas as larvas eclodem. Da postura do ovo até a fase adulta do inseto são em média apenas dez dias.
O gado não consegue espantar os insetos e acaba perdendo energia, ficando estressado. Além disso, se agrupam e evitam pastejar. “Para produzir, o gado precisa estar confortável. Assim, a combinação de estresse e diminuição no consumo de alimento pelo animal contribuem para queda da produtividade das fazendas. Estima-se que a mosca-do-chifre gere queda de 20% na produção de leite e na produção de carne os animais são extremante afetados, podendo perder até 10% de seu peso”, informa.
Além disso, quando há grande concentração de mosca-do-chifre, a qualidade do couro dos bovinos é afetada. As feridas causadas por esse parasita podem atrair outras moscas, como por exemplo as da espécie Cochliomyia hominivorax que provocam a miíase cutânea, uma doença secundária conhecida popularmente como bicheira. Tais moscas depositam os ovos nessas feridas e as larvas eclodindo causam um agravamento da lesão, uma vez que se alimentam do tecido vivo do animal.