Há uma grande expectativa de que o mercado global de alimentos embalados atinja US$ 4,89 trilhões até 2027, crescendo a uma taxa de 6,5%/ano de acordo com análises realizadas pela Strategy MRC.
No Brasil, a produção física de embalagens – material plástico, metálicos, papelão ondulado, cartolina e papel-cartão, papel, têxtil e madeira – conforme estudos da ABRE Macroeconômico da Embalagem/ Cadeia de Consumo e o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (IBRE/FGV) – cresceu 3% em 2019. O montante atingido foi de R$ 80,2 bilhões, um aumento de 6,5% em relação a 2018. Os principais clientes das indústrias de embalagens são: alimentos e bebidas. Para este ano, as previsões ainda são incertas devido ao coronavírus, à instabilidade do petróleo, à paralisação da agenda de reformas, entre outros, mas é possível que o setor atinja o crescimento de 0,6%.
No primeiro semestre de 2019, as exportações diretas do setor de embalagem movimentaram um total de US$ 258,7 milhões, conforme dados apresentados pela ABRE. As embalagens metálicas correspondem a 36,6% do total exportado, seguidas pelas embalagens plásticas com 31,6% na segunda colocação. Já as embalagens de papel, cartão e papelão ficaram no terceiro lugar, correspondendo a 27,4% do total exportado, seguidas por embalagens de vidro (2,5%) e madeira (1,8%).
Certificação Halal para países muçulmanos e não muçulmanos
Para a Organização da ONU para Alimentação e Agricultura (FAO), se o ritmo de consumo continuar, o mundo precisará de 60% mais de alimentos e 40% mais de água, para atender a demanda dos 9 bilhões de habitantes do planeta em 2050. Toda a cadeia de produção, desde o plantio até a logística, precisará de novos investimentos, para que a gestão do agronegócio seja mais sustentável. O Brasil é considerado o celeiro mundial na produção de alimentos.
E para quem pensa em investir em exportação deve pensar num mercado gigantesco chamado muçulmano. As exportações brasileiras para os países árabes atingiram US$ 12,197 bilhões em 2019, registrando um crescimento de 6,3% em comparação com os números de 2018, segundo dados da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira (ABCC). Os principais produtos brasileiros exportados foram: aves; açúcar de cana ou beterraba e sacarose quimicamente pura; minérios e concentrados de ferro; carne bovina; milho; tubos; canos e perfis ocos; ouro; grãos de soja; café (torrado e descafeinado); óleo de petróleo e óleo obtido de minerais betuminosos; e automóveis e outros veículos de motor projetados para transporte de passageiros.
A maioria destes países consomem produtos que exigem a certificação halal (termo de origem árabe que significa lícito, permitido ou admissível pela Sharia – jurisprudência islâmica). “A maioria da população é muçulmana. Mas é importante destacar que o mercado halal não é exclusivo dos muçulmanos e ganhou crescente aceitação entre os consumidores não muçulmanos que associam halal ao consumismo ético. É um selo que atesta a qualidade dos produtos em diversos segmentos, como por exemplo, o de embalagens, onde são analisadas as matérias-primas de sua composição; boas práticas de fabricação e setores de produção”, explica o diretor-executivo da Cdial Halal, Ali Saifi.
Atualmente, o mercado que mais solicita a certificação é o de alimentos e bebidas, principalmente o de proteína (bovina e frango), mas outros segmentos estão investindo na certificação halal: embalagens, cosméticos, transporte, logística, produtos químicos, fármacos, artigos de higiene pessoal, etc.
De acordo com relatório da Pew Research Center, em 2050, a população muçulmana em todo o mundo deverá atingir 2,76 bilhões, ou seja, 29,7% da população mundial. A região da Ásia Pacífico abriga a maior população muçulmana do mundo. Alguns dos países da região são Indonésia, Tailândia, Cingapura e Mianmar. Os novos países a ingressarem na liga da crescente população podem ser Canadá, Congo, Bélgica, Guiné-Bissau, Togo e Holanda.