Realizada anualmente pela Associação Brasileira de Hereford e Braford (ABHB), em parceria com a Embrapa Pecuária Sul, de Bagé (RS), a Prova de Avaliação a Campo (PAC) vem trazendo resultados promissores para os criadores das duas raças. Com a finalidade de identificar animais superiores em termos de genética para a produção de carne em sistema de pastejo, a prova busca comparar, dentro de um mesmo ambiente físico, reprodutores de diferentes criatórios do Brasil.
Levantamento da associação mostra que o ganho médio diário de peso dos animais saltou de 0,82 quilo na temporada de 2016/2017 para 1,02 quilo na de 2019/2020, em relação à raça Braford. Já na raça Hereford, no mesmo período, aumentou de 0,78 quilo para 1 quilo. “Os ganhos vêm sendo progressivos em termos de genética e manejo sanitário e alimentar aos quais a associação se propôs”, destaca o presidente do Conselho Técnico da ABHB, Aldo Tavares.
Para o dirigente, o entusiasmo dos produtores que vêm ano após ano participando da prova comentando da fortaleza e certeza de melhoramento genético em suas cabanhas, é o principal destaque. “Isso ficou visível com a proposta de mostrar na última Expointer os touros que tiveram bom desempenho na prova e vendas expressivas em leilões”, observa.
Para os criadores, a PAC é fundamental para a seleção. Segundo Valter Pötter, proprietário da Estância Guatambu, de Dom Pedrito (RS), a prova dá condições para testar a genética que é selecionada em nível de propriedade e saber como ela se comporta em relação à outras genéticas no mesmo ambiente. “É um teste comparativo muito válido neste sentido. Há vários anos temos obtido premiações importantes nos três primeiros lugares nas duas raças”, salienta.
Conforme Pötter, estes animais quando têm um destaque especial, ao retornar para a propriedade, são utilizados intensivamente na reprodução. “E já temos filhos e netos destes touros que também estão tendo resultados positivos. Se trata de um complemento do programa de melhoramento genético em termos de comparativo. É uma prova real de desempenho da genética e que, sem dúvida, traz uma maneira de nos dar condições para sabermos onde estamos em termos de melhoramento genético”, ressalta.
Somente sócios podem participar da PAC e os touros inscritos permanecem nos campos experimentais da Embrapa por cerca de oito meses convivendo em um mesmo ambiente e com a mesma oferta de alimentos. Isso torna possível avaliar quais são os animais superiores a partir de parâmetros pré-estabelecidos. A fase de avaliação compreende até três etapas: adaptação, avaliação a campo e avaliação a campo com suplementação.
Neste período, os animais são submetidos a pesagens a cada 28 dias e as avaliações objetivas e fenotípicas constantes da PAC ocorrem logo após. Ao término da fase de avaliação de ganhos de peso, são realizadas as análises fenotípicas, as medidas de ultrassom e os exames sanitários necessários para o ordenamento final dos animais.
Foto: ABHB/Divulgação