Por Fabrício Pacheco* – A Cigarrinha (Dalbulus Maidis) tem se tornado uma importante praga do milho. Medindo cerca de 0,5 cm e com aparência levemente acinzentada, é um inseto-vetor de patógenos e transmite microrganismos durante a sucção da seiva. Seus danos mais expressivos são causados de forma indireta, quando a praga, durante o processo de alimentação, desempenha o papel de transmissora dos patógenos que causam as doenças denominadas enfezamento pálido (causada pelo espiroplasma) e enfezamento vermelho do milho, além da virose do raiado fino.
O enfezamento é uma doença do milho causada pela infecção da planta por micro-organismos denominados molicutes, semelhantes a bactérias.
Os molicutes invadem e multiplicam-se nos tecidos do floema da planta de milho e são transmitidos, pela cigarrinha, de plantas doentes para plantas sadias.
Em termos de danos, a cigarrinha pode ocasionar: redução na altura da planta e no tamanho da espiga e espigas com falhas, espigas improdutivas, grãos chochos e deformados.
Há algumas medidas preventivas para o manejo da praga, como:
– Evitar a semeadura ao lado de lavouras doentes, uma vez que as cigarrinhas infectantes agem muito rapidamente.
– Eliminar as plantas voluntárias de milho (tigueiras), que preservam molicutes e cigarrinhas, reduzindo o inóculo para novas lavouras.
– Sincronizar a época da semeadura, evitando a concentração de cigarrinhas infectantes.
– Diversificar as cultivares: se uma cultivar resistente é plantada por muito tempo, o agente causal pode se adaptar e desenvolver resistência.
– Tratar as sementes com inseticidas em seu estágio inicial para controlar a cigarrinha e realizar pulverizações na parte área para reduzir a população.
(*) Fabrício Pacheco é Gerente de Produtos da ADAMA