Por João Benatti* – O confinamento expresso é um método de terminação de bovinos de corte que permite ganho de peso expressivo sem precisar de todos os recursos de um confinamento convencional. Esse sistema envolve o fornecimento de alto teor de concentrado para animais alimentados a pasto. O mais importante é que o pecuarista obtém carcaça pesada, sem a necessidade de investir em grande estrutura para engorda. Outra vantagem é que qualquer produtor pode utilizar essa técnica, desde que reunidas as condições para uma terminação eficiente, como boa genética, condição corporal adequada – e, portanto, nutrição de qualidade – e controle sanitário eficaz.
O passo a passo do confinamento expresso é o seguinte: o pecuarista fornece 2% do peso corporal do animal em concentrado. Exemplo: se os animais estão na média de 450 kg de peso vivo, devem ser fornecidos 9kg de concentrado/dia para o animal. O fornecimento deve acontecer duas vezes ao dia (manhã e à tarde), o espaçamento de cocho deve ser entre 45 e 60 cm por cabeça e os lotes devem ser formados com até 200 animais.
É importante ressaltar que o pecuarista não precisará de volumoso complementar, uma vez que o animal usará o pasto. Além disso, o bebedouro deve suportar o número de animais e é preciso área de pasto vedada, local para armazenagem dos ingredientes, misturador, balança e veículo para distribuir o concentrado. O tempo de conclusão é de 90 a 100 dias, ou seja, o mesmo tempo que o produtor gastaria terminando os animais no confinamento convencional. O ganho de peso projetado é de 1 @ líquida a cada 15 a 18 dias nesse sistema.
Outro ponto positivo está relacionado ao bem-estar animal. O rebanho não é transportado, permanecendo nos pastos da própria fazenda. Elimina-se a disputa por espaço e sombra, bem como eventuais problemas com encharcamento e danos aos cascos. É possível terminar os animais com muita agilidade. Isso porque o confinamento expresso dispensa a produção de volumoso adicional. Além disso, a estrutura de cochos é de simples execução. Assim é possível ter rapidez, praticidade, baixo investimento e alto desempenho.
O concentrado para a alimentação dos animais é feito a partir da mistura do núcleo mineral, ureia, fonte proteica (farelo de soja, farelo de algodão, etc) e fonte energética (milho, sorgo, casquinha de soja, polpa cítrica). Há também a possibilidade de comprar o núcleo mineral já acrescido de ureia e farelo proteico, sendo necessário adicionar somente a fonte energética. Sabe-se que os bovinos que consomem alimentos concentrados em maior quantidade podem ser abatidos mais jovens, depositando gordura de maneira mais uniforme e em maior quantidade do que aqueles terminados exclusivamente a pasto. Isso só é possível devido à alta taxa de ganho de peso, proporcionada pela alta energia da dieta.
O custo de implantação de um confinamento convencional pode variar de R$ 1.000 por cabeça para os mais simples, até R$ 1.500 por cabeça para os mais sofisticados o que limita a técnica apenas a produtores com capacidade de investimento com estrutura. Desta forma, conclui-se que são necessárias alternativas de menor investimento para terminação de animais utilizando dietas com maiores quantidades de concentrado e sem o fornecimento de volumoso no cocho.
(*) João Benatti é Gerente de Produtos para Ruminantes da Trouw Nutrition.