A produção de algodão em pluma deve atingir novo recorde este ano, com 7 milhões de toneladas (crescimento de 1,6%), de acordo com estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A segunda safra ganha cada vez mais importância no resultado da cultura e, por isso, é preciso dar atenção especial ao trato.
“A exigência nutricional do algodoeiro é grande, ainda mais quando pensamos em áreas de alta tecnologia e elevada produtividade”, afirma o engenheiro agrônomo, Samuel Guerreiro. “Assim, a aplicação balanceada de macro e microelementos, sem deixar nutrientes abaixo do nível ideal, é importante para alcançar boa produtividade.”
O boro é um exemplo de elemento que tem sido, por vezes, negligenciado, seja por falta de informações ou pelo uso de soluções já ultrapassadas. “Muitas propriedades investem forte em boro, no solo e via foliar, mas continuam observando deficiência do nutriente, especialmente nas maçãs de primeira posição”, detalha.
Esse problema acontece pela dinâmica do boro: no solo, é facilmente lixiviado e sua absorção pelas raízes é via fluxo de massa, enquanto dentro da planta é translocado apenas pelo xilema – e não redistribuído pelo floema. “De forma natural, o boro tende a se acumular em extremidades, onde a evaporação é maior e consequentemente o fluxo de massa também, preterindo pontos mais sombreados, nos quais o nutriente absorvido do solo não consegue chegar em altas concentrações. Da mesma forma, as aplicações foliares normalmente não permitem sua translocação via floema até lá”, explica o especialista. A única saída para resolver essa equação é manter o uso do boro presente no solo e realizar aplicações foliares, que permitam o transporte do nutriente dentro da planta.