Parceria entre setores público e privado, investimentos e políticas públicas são algumas das principais alternativas para melhorar a conectividade no campo. O presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, afirma que as máquinas agrícolas já oferecem as mais avançadas soluções tecnológicas aos agricultores brasileiros. “Para que funcionem em sua plenitude, dependem que o país supere um dos seus maiores gargalos: a falta de conectividade no campo e a deficiência de infraestrutura rural de telecomunicações. Potencializar nossos pontos mais fortes, como o agronegócio, é a melhor forma de garantirmos geração de emprego, crescimento da nossa economia e distribuição mais justa de riquezas para nossa sociedade. Temos que ser mais ambiciosos, o povo brasileiro tem pressa, não podemos mais esperar”, discursou.
“Discutir o agro e a conectividade é algo que coloca o tema em cena porque precisamos de políticas públicas bem estabelecidas, de apoio das instituições e das empresas para criar um ecossistema trará benefícios para o setor”, afirma Éder Fantini Junqueira, gerente de Tecnologia da Informação da empresa Jalles Machado.
“A Jalles vem fazendo todo um trabalho de conectividade no campo. Criamos aplicativos e software para nossa gestão agroindustrial e agora estamos trabalhando em uma área de controle para conectar as máquinas e, consequentemente, analisar as informações que são geradas e utilizar tudo que for possível no campo”, ressalta.
Apoio governamental
Hélio Fonseca, gerente de Projetos do Departamento de Banda Larga do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações, afirma que “são vários mecanismos que o ministério tem trabalhado em parceria com o setor privado e a Anatel, que é a agência reguladora do setor, para levar conectividade ao campo e massificar o acesso à internet no meio rural.”
Segundo Fonseca, o leilão 5G está com edital em consulta pública e deve acontecer até o final do ano. “Intenção é gerar um equilíbrio entre os operadores no Brasil. Ou seja, ter uma localidade que eles vão aferir maior rentabilidade, mas ao mesmo tempo, com alguma obrigação de atendimento que pode ser, inclusive, de áreas rurais remotas ou longínquas”.
O presidente da Federação de Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), deputado José Mário Schreiner, afirma que “o agro evoluiu graças à pesquisa e à inovação, mas para continuar avançando e aumentar a competitividade do setor é necessário avançar também com a conectividade no campo”.
De acordo com o Censo Agropecuário 2017, o Brasil tem 3,6 milhões de propriedades rurais sem qualquer tipo de conectividade. Para a CNA, esse cenário impacta diretamente no gerenciamento da propriedade.
Para o presidente da Embrapa, Celso Moretti, a expectativa é que a demanda mundial por alimentos cresça 35%. A projeção de aumento da procura por energia é de 40% e por água de 50% nos próximos 30 anos. Por isso, “o Brasil precisa fazer um grande esforço para aumentar a conectividade em todos os rincões do País”.