O Sistema Campo Limpo, programa brasileiro de logística reversa de embalagens vazias e sobras pós-consumo de defensivos agrícolas, acaba de superar a marca de 550 mil toneladas desses materiais encaminhados para reciclagem ou incineração, desde o início de suas atividades em 2002. Somente em 2019, foram mais de 45 mil toneladas retiradas dos campos brasileiros.
O Sistema, que tem o inpEV (Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias) como entidade gerenciadora, é responsável pela destinação ambientalmente correta de 94% das embalagens primárias comercializadas no país. Essa porcentagem torna o Brasil referência mundial nesse trabalho. “O sistema brasileiro de logística reversa no campo é um dos mais eficientes do mundo e considerado exemplo por países que possuem programas semelhantes.
Esse sucesso deve-se, especialmente, a uma legislação clara e eficiente, que estabelece o conceito de responsabilidade compartilhada, e ao engajamento de todos os elos da cadeia produtiva agrícola (indústria fabricante, canais de distribuição, agricultor e poder público), que cumprem corretamente seu papel”, explica João Cesar M. Rando, diretor-presidente do inpEV.
Do total de embalagens destinadas, mais de 90% são recicladas, dando origem à matéria-prima para a produção de diversos artefatos, entre eles novas embalagens que retornam para a indústria de agroquímicos. “Assim, somos modelo de economia circular por fechar o ciclo de vida do material dentro do próprio Sistema, impulsionando a economia, gerando emprego e contribuindo com a sustentabilidade”, ressalta Rando.
Os benefícios ambientais do programa são confirmados por estudo de ecoeficência da Fundação Espaço Eco. Entre 2002 e 2018, o Sistema evitou a emissão de 688 mil toneladas CO2e e permitiu economizar energia suficiente para abastecer 4 milhões de residências durante um ano.