“E o vento levou”, título do clássico do cinema de 1939, resume de forma bastante simples os desafios diários enfrentados pelo produtor rural no momento da aplicação de agroquímicos na lavoura.
Ventos acima de 15 km/h são uma realidade frequente, sendo capazes de carregar as gotas pulverizadas por uma distância de 30 ou 40 metros e até quilômetros, dependendo do método utilizado.
O impacto econômico à propriedade é grande, principalmente quando associado às perdas por evaporação causadas pelos dias quentes e de baixa umidade do ar. É menos produto atingindo o alvo.
Em outras palavras, há desperdício de agroquímicos como herbicidas e fungicidas, além do risco de levá-los para locais indesejados ou, ainda, de reduzir a eficácia do controle de pragas ou doenças.
“Se a gota é muito fina, o vento carrega ou ela evapora mais rapidamente, o que reduz a eficiência da pulverização. Porém, essas perdas podem ser reduzidas drasticamente com uso de um bom surfactante antideriva”, avalia Jeferson E. Philippsen, gerente de Produtos da Oro Agri.
Philippsen cita o exemplo de um antideriva recém-lançado pela empresa no mercado brasileiro, chamado de AIRTRUCK, definido por ele como mais um aliado para uma tecnologia de aplicação de alta performance. Feito à base de extratos vegetais, o produto aumenta o diâmetro mediano volumétrico da gota, deixando-a mais pesada.
Com uso do produto certo e regulagem correta do pulverizador, o agricultor consegue melhorar a eficiência da pulverização em cerca de 20%, atesta Philippsen. Aumentando a viscosidade da calda, o novo surfactante diminui o número de gotículas propensas a deriva ou evaporação – normalmente aquelas com diâmetro igual ou inferior a um fio de cabelo.
Outro agente da perda de eficiência é a espuma. O novo produto possui esta característica, evitando a produção de espuma dentro do tanque do pulverizador.
Poucos produtores atentam ao problema, mas quanto maior o volume de espuma menos produto chegará até a lavoura. “E quanto mais espuma formar, mais resíduo de produto poderá se fixar nas paredes do tanque, sendo mais difícil limpar e podendo contaminar a cultura em uma próxima pulverização”, adverte Lucas Rafael Maesta Dias, especialista em Tecnologia de Aplicação da Oro Agri.
Além de exercer efeito antideriva, padronizar o tamanho de gota em diâmetro desejado e reduzir a quantidade de espuma, o novo produto não altera o pH da solução e não causa fitotoxicidade, que seria a concentração excessiva de agroquímico na folha. Importante frisar que o produto não elimina a necessidade do uso de um agente modificador de calda.
Inclusive, uma alternativa é utilizar outros surfactantes responsáveis por aumentar a capacidade de assimilação, como é o caso de outro produto da Oro Agri, o WETCIT, que permite aos diferentes agroquímicos serem totalmente homogeneizados e absorvidos em até 15 minutos pela folha. A dosagem varia de 50 a 150 ml/ha em aplicação terrestre e 50 ml/ha quando aérea.
Manutenção do pulverizador influencia a deriva
Segundo Dias, um erro comum do produtor é não trocar a ponta do bico do pulverizador conforme o produto utilizado. Um fungicida, por exemplo, deve ser aplicado com ponta cone vazio e um herbicida requer uma ponta-leque, gerando gotas mais espessas.
“Herbicida em ponta cone vazio vai produzir uma gota muito fina e facilmente derivável. Por este motivo, o ideal é sempre usar a ponta certa para cada tipo de aplicação”, recomenda o especialista em Tecnologia de Aplicação.
Além das pontas, cada bico possui um ajuste de pressão diferente. Desta forma, o manômetro tem de estar em perfeito estado para aferir a pressão correta para cada conjunto de bicos, sendo esse outro ponto negligenciado pelos produtores.
Ou seja, a própria manutenção do pulverizador impacta diretamente a eficiência da pulverização. Dicas como essas podem ser obtidas com Dias por meio do programa OROTECH 360. Esta é uma iniciativa da empresa para melhorar a eficiência da pulverização em culturas agrícolas.