Dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) compilados pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA) indicam um recorde histórico de consumo de etanol no Brasil em 2019 da ordem de 32,8 bilhões de litros, registrando 10,5% de crescimento em relação a 2018 – alta de 3,1 bilhões de litros no período.
Desse total, o consumo de etanol hidratado respondeu por 22,5 bilhões de litros, aumento de 16,3% e os outros 10,3 bilhões de litros correspondem ao etanol anidro, o aditivo à gasolina. Esses números colocam o Brasil na dianteira da sustentabilidade, uma vez que o etanol de cana emite 90% menos gases causadores de efeito estufa (GEE) em comparação a gasolina, sendo um dos maiores mercados consumidores de combustíveis renováveis do mundo.
A manutenção de um contexto externo favorável a ampliação das vendas de biocombustível possibilitou ao Brasil consumir 2,74 bilhões de litros de etanol a cada 30 dias durante o último ano – a maior média de vendas mensais já registrada em toda série histórica. Por consequência, a participação do etanol (hidratado e anidro) na matriz de combustíveis utilizados pela frota de veículos de passeio e de carga leve (Ciclo Otto – em gasolina equivalente) atingiu 48,3%, a maior desde 2009 no Brasil.
Em pelo menos cinco federações o etanol foi responsável por abastecer mais da metade da matriz de transportes leves. Isso significa que nestes estados (Mato Grosso, Paraná, Minas Gerais, Goiás e São Paulo) foram consumidos, em média, 2,1 litros de etanol a cada litro de gasolina pura vendida.
“Acompanhamos no mundo todo um esforço para aumentar a participação dos renováveis na matriz de transportes, enquanto no Brasil substituímos em quase metade os fósseis no ciclo Otto, com reflexos positivos no meio ambiente e na saúde pública. Estamos registrando uma mudança de preferência do consumidor, mas precisamos ampliar a consciência sobre as vantagens do etanol, que além de ter um preço vantajoso em muitos estados, traz sustentabilidade socioeconômica e ambiental para o país”, avalia Antonio de Padua Rodrigues, diretor técnico da UNICA.