A chegada do verão aumenta a proliferação de carrapatos nos rebanhos bovinos nas mais diversas regiões do país. Isso acontece porque temos umidade, temperatura e luminosidade favoráveis que contribuem para a eclosão das larvas desse que é o mais importante parasita da pecuária brasileira. “O rebanho, tanto de leite, quanto de corte, sofre com a infestação dos carrapatos, que se alimentam de sangue, interferindo diretamente no potencial produtivo dos animais, e também podem transmitir doenças (tristeza parasitária bovina), que agrava ainda mais a queda de produtividade dos animais”, explica o médico veterinário e gerente de produtos para animais de produção da Vetoquinol, Humberto Moura. “Consequentemente, a produtividade de carne e leite é afetada”, complementa.
Segundo a Embrapa Gado de Corte, a pecuária perde em torno de US$ 3 bilhões por ano (mais de R$ 12 bilhões) devido à incidência de carrapatos. “Este é o pior inimigo dos rebanhos. Uma fêmea suga até 0,5 ml de sangue por dia. 400 fêmeas podem, portanto, sugar até dois litros de sangue em apenas 15 dias”, informa Moura.
Combater o carrapato é um desafio complexo, porque ele cria resistência e gera larvas também resistentes. Porém, com um rígido e eficaz planejamento é possível conter os prejuízos. Por isso, é importante que o produtor conheça o ciclo dos carrapatos dos bovinos.
“São duas fases. Uma delas é chamada fase parasitária e corresponde ao período em que o carrapato está presente nos bovinos. Após este período, que no Brasil temos uma média de 21 dias, as fêmeas vão ao solo para a postura de milhares de ovos, iniciando a fase de vida livre. É por esta razão que mais de 90% da carga de carrapatos estão presentes no ambiente (pastagem). Com as condições favoráveis de temperatura, luminosidade e unidade da estação verão, as larvas aumentam a incidência de subida no animal e, desta forma, o ciclo continua”, explica Moura.
Época de maior atenção, o verão também é o momento ideal para intensificar o controle deste parasita porque, devido as condições climáticas, as infestações se elevam nos animais e com isso tende-se a diminuir a carga parasitária nas próximas estações. “O uso de um carrapaticida eficaz durante as estações mais quentes minimiza as novas gerações de carrapatos.