As plantas daninhas resistentes ao glifosato ainda são um dos principais obstáculos para alcançar a máxima produtividade das culturas em todo o Brasil. O impacto negativo atinge principalmente as culturas de soja, milho e algodão. “Há casos em que as perdas chegam a 80% da plantação e, por isso, é extremamente importante o manejo correto dessas plantas”, explica o engenheiro agrônomo Roberto Toledo.
O monitoramento das plantas daninhas resistentes nas lavouras e a adoção de herbicidas pré-emergentes com diferentes mecanismos de ação, associados ou em aplicações sequencias, bem como o uso de herbicidas pós-emergentes, são fundamentais para o manejo de resistência e asseguram bons níveis de produtividade. O especialista também explica que essa resistência, a exemplo do glifosato, pode ser adquirida com uso ininterrupto de um mesmo herbicida ou pela repetição de produtos com o mesmo mecanismo de ação.
“Nos diferentes estádios produtores do Brasil, onde a cultura da soja é predominante, ocupando cerca de 36 milhões de hectares, os agricultores enfrentam dificuldades a cada safra, principalmente pela falta de rotação de herbicidas com diferentes formas de atuação”, conta.
Nas principais regiões produtoras, as plantas daninhas que mais causam problemas atualmente são a buva (Conyza sp), capim-amargoso (Digitaria insularis), capim-pé-de-galinha (Eleusine indica), azevêm (Lolium multiflorum) e caruru (Amaranthus sp). “O ideal é não deixar a planta daninha crescer junto com a cultura, ou seja, sempre plantar a cultura no limpo”, orienta o pesquisador Edson Donizetti Mattos.
O uso de herbicidas pré-emergentes com diferentes mecanismos de ação, nas culturas da soja, milho e algodão, utilizados isolados, em associação ou em aplicações sequenciais, e de herbicidas pós-emergentes de contato, são fundamentais para o manejo de plantas daninhas resistentes ao glifosato. Dessa forma, reduz o nível de infestação nas áreas e no banco de sementes ao logo dos anos.
“O objetivo de incorporar os herbicidas pré-emergentes na rotina das lavouras é preservar o glifosato. Por isso, tem-se trabalhado fortemente com o posicionamento correto dos produtos”, diz Roberto Toledo.
Importante salientar que os problemas de plantas daninhas não são resolvidos de um ano para o outro. O trabalho precisa ser contínuo e é imprescindível o acompanhamento de um profissional que indique a melhor ferramenta para o controle das plantas, entre elas: herbicidas pré e pós-emergentes, manejo cultural e controle físico.