Eu conheço cada palmo desse chão, é só me mostrar qual é a direção…”. A letra da música “Frete”, composta por Renato Teixeira, se enquadra bem à realidade do “Na Estrada”, programa criado e desenvolvido pela argentina Biogénesis Bagó. Considerado inovador no varejo do segmento de saúde animal, foi lançado no início de 2018 com investimentos de mais de R$ 4 milhões em veículos, equipamentos, customização, contratação de equipe e capacitação dos profissionais. O projeto reúne uma frota totalmente customizada de Fiorinos, Orochs e Amaroks 4X4 com uma equipe de consultores especializados que rodam o Brasil de ponta a ponta, transformando os veículos em verdadeiras oficinas de capacitação e exposição técnica, levando extensionismo rural diversificado a revendas e fazendas de todo o Brasil.
Carlos Godoy, gerente de marketing da empresa, esteve na criação desta empreitada e conta que o projeto nasceu da necessidade de reposicionar a marca no mercado veterinário nacional. “Estamos há 21 anos no mercado brasileiro, só que até 2017 figurávamos entre a 19º e a 20º posição no ranking do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (Sindan)”. Foi a partir daí que a companhia buscou se reestruturar e abrir novos caminhos junto ao mercado e ao pecuarista.
“O ‘Na Estrada’ surgiu para aproximar a Biogénesis de maneira diferenciada, e fez isso num mercado competitivo, através do trabalho de extensão rural e capacitação, feito em todas as regiões brasileiras”, declara Godoy.
Em cada etapa, a empresa leva treinamento ao produtor através das revendas, apresentando conteúdos escolhidos especificamente para cada região, além de programas sanitários, tanto para a pecuária de leite, quanto para a de corte. “Na quantia já investida no projeto, inclui-se a contratação e capacitação de profissionais. Também o montante serviu para aprimorar o que já existia, trocando a frota do nosso pessoal, dando carros que ajudam a acessar locais extremos, onde nem nossos concorrentes costumam ir”, diz o gerente. Para ele, é esta atenção que faz diferença na vida destes produtores e gera frutos ao programa.
Marcelo Bulman, presidente da Biogénesis Bagó, comenta que era necessário sair da comodidade e buscar novos desafios, a fim do mercado enxergar a empresa com outros olhos. “Todo este nosso arrojo se resume a seis milhões de quilômetros percorridos pela equipe Biogénesis, do norte do Pará ao sul do Rio Grande do Sul”.
Retorno imediato
Em um ano e meio o “Na Estrada” aponta números expressivos. Foram mais de 44 mil visitas realizadas pela equipe aos clientes de todos os estados brasileiros, em 1.100 lojas veterinárias. Mais de 2.500 ações realizadas, entre capacitações de equipes de revenda, eventos e atendimento a pecuaristas, alcançando 4.500 técnicos, veterinários e zootecnistas influenciados e 6.500 vendedores de loja capacitados. “Registramos um aumento de relacionamento expressivo, abrindo mais de 1.500 municípios onde não atuávamos até 2016, o que nos dá hoje quatro vezes mais pontos de venda”, revela Godoy.
No começo o “Na Estrada” foi desenhado para durar três anos, em fase de teste, para que os executivos pudessem decidir o que fazer, dependendo do rumo que o programa seguisse. “Desde sempre quisemos quebrar paradigmas, e por isso 90% do projeto é tocado por mulheres. Além disso, todos os profissionais que foram adicionados à companhia teriam seus empregos garantidos, qualquer tivesse sido o resultado colhido, uma vez que são bastante competentes”, declara.
Não foi necessário esperar os três anos para decretar o sucesso do trabalho, e Godoy aponta um dado que confirma isso. Há um incremento de 55% de faturamento registrado nas revendas que participam do programa desde o começo. “Além disso, a companhia cresceu mais de 40% em relação a 2018, sendo a que mais se expande em nosso mercado”. Para o gerente, isso tudo talvez não tivesse dado certo apenas com o nome da Bagó. “Não tenho dúvida de que o ‘Na Estrada’ serviu de escudo para que esse crescimento acontecesse”, diz.
Continuidade no trabalho
Usando os revendedores para levar a marca a novos locais, para o ano que vem a ideia é seguir crescendo, mas agora com o foco no produtor. “Já fizemos nossa base nesse um ano e meio, o que nos colocou na prateleira das principais empresas do setor”, comenta Godoy.
Em 2020 a Biogénesis continuará investindo e atuando através de seus programas, além de outros projetos que a companhia toca. “O ‘Fronteira Produtiva’, por exemplo, seguirá falando direto com peão e o pecuarista, enquanto o ‘Na Estrada’ seguirá com o trabalho nas revendas”.
Todo este trabalho projetado para o futuro faz parte da “pressão saudável” que a empresa tem sentido devido a seu crescimento. E segundo Godoy, por ter subido rápido no setor, agora o desafio é manter-se entre as maiores. “Temos que focar no desenvolvimento de um trabalho útil, que seja reconhecido pela pecuária”, declara.
E por falar em reconhecimento, o gerente diz que hoje vê que o trabalho da Biogénesis começado a dois anos atrás, serve de exemplo para as concorrentes. “A sensibilização geral nos deixa contente, pois mostra que fizemos o certo. É um efeito dominó, porque se eles buscam isso, o setor melhora como um todo, com revendas mais preparadas e profissionais mais capacitados”.